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Rio de Janeiro

Fábrica de salgados árabes com baratas, comida podre e óleo reutilizado é interditada no Rio

No local, de acordo com agentes, foram encontrados oito sírios trabalhando

A fábrica clandestina funcionava em condições precárias de higiene A fábrica clandestina funcionava em condições precárias de higiene  - Foto: Reprodução

Policiais civis da Delegacia do Consumidor (Decon) e da 32ª DP (Taquara) estouraram, na manhã desta quarta-feira, uma fábrica clandestina de salgados árabes na Rua Amaral, no Andaraí, Zona Norte do Rio.

As equipes flagraram condições precárias de higiene: baratas circulavam e meio à comida, feita em fogões imundos e exposta ao calor. No local, de acordo com os agentes, foram encontrados oito sírios trabalhando.

De acordo com as investigações, os salgados feitos na fábrica — que havia sido interditada pela Vigilância Sanitária estadual em novembro de 2024, mas voltou a funcionar sem autorização — abasteciam barracas localizadas em bairros como Tijuca, na Zona Norte; Barra da Tijuca, na Zona Oeste; e Leblon e Copacabana, na Zona Sul. Agentes estão recolhendo essas barracas.

Um perito criminal fez uma perícia no imóvel. Após a conclusão desse trabalho, os estrangeiros que trabalhavam na fábrica foram encaminhados para a sede da Decon, na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio. Eles, que alegam serem refugiados, tiveram os passaportes recolhidos.

De acordo com as investigações, os salgados feitos na fábrica — que havia sido interditada pela Vigilância Sanitária estadual em novembro de 2024, mas voltou a funcionar sem autorização — abasteciam barracas localizadas em bairros como Tijuca, na Zona Norte; Barra da Tijuca, na Zona Oeste; e Leblon e Copacabana, na Zona Sul. Agentes estão recolhendo essas barracas.

Um perito criminal fez uma perícia no imóvel. Após a conclusão desse trabalho, os estrangeiros que trabalhavam na fábrica foram encaminhados para a sede da Decon, na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio. Eles, que alegam serem refugiados, tiveram os passaportes recolhidos.

O delegado Wellington Pereira Vieira, da Decon, contou que a investigação partiu de uma denúncia:

— A Polícia Civil recebeu uma denúncia, tem um certo tempo. Fizemos uma investigação para identificar o local exato dessa fábrica e hoje, pela madrugada, fizemos uma operação para prender as pessoas que atuavam nessa fábrica. Era uma fábrica clandestina, as condições de higiene eram muito ruins, tinham, inclusive, baratas, ratos, etc. A comida era feita nessas condições, por isso, atenta contra as relações de consumo, constatado e confirmado pelos exames periciais que foram feitos — afirmou, Vieira, em entrevista ao RJTV, da TV Globo.

Com relação aos sírios encontrados na fábrica, o delegado afirmou que a situação legal deles no Brasil será apurada:

— Em relação à situação dos sírios no Brasil, a gente está pedindo colaboração da Polícia Federal e também da Embaixada da Síria para, a partir das identidades, entender qual é a condição deles. Pode ser que sejam refugiados, vindo do regime totalitário na Síria, mas também pode ser que não seja isso. A gente precisa confirmar esses fatos, e a Polícia Federal vai ajudar nisso.

Dois dos oito homens que foram levados à sede da especializada já prestaram depoimento, entre eles, um taxista com dupla nacionalidade que era fazia a entrega dos salgados para as barracas, segundo o TV Globo. A polícia aguarda a chegada de um intérprete para colher os demais depoimentos.

— A maior parte das pessoas que foi conduzida pra delegacia não tem qualquer relação com a fábrica. São pessoas que trabalhavam em barracas, vendendo salgados, não tinham conhecimento ou relação com a fábrica. Inclusive, outras pessoas que foram conduzidas para a delegacia simplesmente eram parentes que, no momento da operação policial foram chamados para a fábrica porque como o próprio delegado mencionou, a maior parte deles não fala sequer português. São pessoas que vieram para o Brasil e quiseram começar uma vida de maneira honesta, trabalhando, não têm antecedentes criminais, não têm crimes anteriores e, no entendimento da defesa, não há motivo para manter a prisão dessas pessoas nessa circunstância já que não há os requisitos necessários para manutenção de uma prisão — disse o advogado Felipe Mourelle, que representa os vendedores das barracas.

Espaço insalubre
Quando os policiais entraram no espaço onde eram preparados os quibes e as esfirras, eles se depararam com um ambiente totalmente insalubre.

Havia uma panela com óleo escurecido, o que indica reúso. Uma bacia com carne moída estava no chão. As paredes tinham sinais de mofo.

Restos de massa se encontravam espalhados em bancadas. Nos utensílios havia restos de insumos usados no preparo dos salgados.

Parte dos produtos estava em caixas de isopor com marcas escurecidas e com partes se desmanchando.

Segundo a TV Globo, o local não tinha ventilação adequada; e os pisos e as paredes tinham manchas antigas de gordura.

Os utensílios em péssimo estado de conservação, como formas enferrujadas e superfícies contaminadas por resíduos antigos de alimento. Além disso, a cozinha tinha fiações elétricas improvisadas e perigosas próximas às fritadeiras.

Segundo as investigações, a fábrica tem três sócios. Os envolvidos vão responder por crimes contra a saúde pública, contra as relações de consumo e por associação criminosa.

As barracas onde são vendidos os salgados produzidos na fábrica, identificadas nas investigações, foram recolhidas pelos agentes nesta manhã.

No fim desta madrugada, o taxista apontado como o responsável por fazer a entrega das mercadorias, aparece em imagens de câmeras de segurança.

Na Praça Saens Peña, um dos vendedores que teve as mercadorias e a barraca apreendidas nega ter a fábrica como fornecedora:

— Somos vendedores ambulantes aqui nessas barracas. Eu já tenho nove anos trabalhando aqui na Praça Saens Peña. Antigamente, eu pegava com esse cara dessa fábrica aqui. Eu não pego mais com esse cara desde 2022 — disse o vendedor Mohamed Ali, em entrevista à TV Globo.

 

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