Filhote de jararaca nasce com duas cabeças
Bicefalia ocorre em cerca de um a cada cem mil nascimentos
Um filhote de jararaca do Instituto Vital Brazil (IVB), em Niterói (RJ), nasceu com duas cabeças. A condição rara é conhecida como bicefalia e ocorre em cerca de um a cada cem mil nascimentos de serpentes. O filhote, entretanto, nasceu morto, o que é comum em casos de bicefalia, explica o biólogo Breno Hamdan. O corpo será incluído na Coleção Científica do Instituto e possibilitará o estudo não apenas da bicefalia nestes animais, como também em outras áreas das ciências.
— Este espécime pode gerar conhecimentos importantes em teratologia, que é a área da ciência que se dedica ao estudo das anomalias e malformações ligadas ao desenvolvimento embrionário. Este conhecimento pode, inclusive, ser aplicado em outras especialidades, como as voltadas à saúde humana — explica o biólogo Breno Hamdan.
Leia também
• Mais de 2 mil cabeças de carneiro mumificadas descobertas no templo de Ramsés II no Egito
• Seis cientistas engoliram cabeças de Lego para descobrir quanto tempo leva para fazer cocô, entenda
• Gêmeos siameses nascem com três braços e duas cabeças, na Índia
O biólogo revela ainda que o filhote pode ajudar a responder um velho dilema das ciências: o papel da genética e do ambiente na formação dos indivíduos. Segundo o especialista, as escamas representam uma característica importante na identificação de espécies de serpentes e a influência genética e ambiental na sua formação poderá ser estudada a partir deste filhote.
— Uma vez que a bicefalia ocorre quando dois gêmeos monozigóticos (que provém do mesmo zigoto, a primeira célula formada pela fusão do espermatozóide com o óvulo materno) não conseguem se separar durante o desenvolvimento do embrião, o esperado é que as escamas sejam idênticas. Caso não sejam, há indícios de que a formação das escamas sofreu influência epigenética, isto é, sofreu influência do ambiente — explica o biólogo.

