Forças políticas fecham acordo na Bolívia para convocar eleições judiciais em meio a protestos
O acordo foi assinado pelo Movimento Al Socialismo (MAS), dividido entre o setor governista e os aliados de Morales
As forças políticas da Bolívia concordaram nesta sexta-feira em tramitar no Congresso um projeto de lei para convocar eleições judiciais, uma das exigências dos apoiadores do ex-presidente Evo Morales, que bloqueiam vias importantes há duas semanas.
Foi possível “chegar a um consenso sobre a redação do projeto de lei comprometendo-se a retomar o processo legislativo e viabilizar a sua aprovação sem qualquer alteração”, disse o vice-presidente da Bolívia e presidente do Congresso, David Choquehuanca, acrescentando que a iniciativa será apresentada na próxima segunda-feira para a aprovação dos deputados, e que, no dia seguinte, o trâmite continuará no Senado, ambas câmaras sob controle do governismo.
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O acordo foi assinado pelo Movimento Al Socialismo (MAS), dividido entre o setor governista e os aliados de Morales, e os dois partidos minoritários de oposição. Os congressistas não informaram a data das eleições.
Os juízes são eleitos por voto popular, após uma seleção parlamentar dos candidatos. Os apoiadores de Morales exigem a eleição de novos juízes e a renúncia dos atuais, após a decisão que inabilitou o ex-presidente para as eleições presidenciais de 2025.
Os juízes prorrogaram seus mandatos, que expiraram em 2 de janeiro, devido à falta de acordo para a convocação de eleições no ano passado.
As forças políticas, no entanto, não anunciaram nenhum acordo em relação à saída ou permanência dos juízes: “Conseguimos consolidar o caminho para as eleições judiciais. No fim, prevaleceu a razão, e não a imposição”, publicou no X o presidente do Senado, Andrónico Rodríguez, um dos aliados de Morales. Os protestos, no entanto, continuaram hoje.

