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Funcionária da OMS tenta arrecadar U$S 1 bi para compensar saída dos EUA

Sua campanha "One dollar, One world" (um dólar, um mundo), apoiada pela Fundação da OMS encarregada de arrecadar fundos, teve sucesso imediato

Sede da Organização Mundial da Saúde (OMS)Sede da Organização Mundial da Saúde (OMS) - Foto: Fabrice Coffrini / AFP

Uma funcionária da Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma campanha de microfinanciamento com o objetivo de arrecadar 1 bilhão de dólares (R$ 5,80 bilhões) e assim compensar a saída do principal doador da organização, os Estados Unidos. Já foram arrecadados mais de 100 mil dólares (R$ 580 mil).

Tania Cernuschi, de 46 anos, teve a ideia "logo após o anúncio da retirada dos EUA" da OMS, explicou à AFP nesta semana.

Cernuschi estabeleceu a meta de conseguir 1 bilhão de dólares, considerando que a contribuição dos Estados Unidos em 2022-2023 foi de 1,3 bilhão de dólares (R$ 7,54 bilhões na cotação atual), ou seja, 16% do orçamento da organização, sediada em Genebra.

Sua campanha "One dollar, One world" (um dólar, um mundo), apoiada pela Fundação da OMS encarregada de arrecadar fundos, teve sucesso imediato.

"Peço 1 dólar a 1 bilhão de pessoas, para um total de 1 bilhão de dólares. As pessoas podem doar mais. Doam 1, 5, 10, 100 dólares. Cerca de 20 pessoas doaram mais de 500 dólares", destacou a italiana, economista especializada em desenvolvimento.

Esse dinheiro será ainda mais bem-vindo após o anúncio da Argentina, nesta quarta-feira, de sua intenção de também se retirar da OMS.

Segundo Manuel Adorni, porta-voz do presidente argentino Javier Milei, a decisão "se baseia nas profundas diferenças em relação à gestão sanitária, especialmente na pandemia" de covid-19.

Mais de 3 mil doadores participaram até o momento da campanha lançada por Cernuschi.

O presidente americano, Donald Trump, justificou a retirada de seu país devido à diferença entre as contribuições de Washington e Pequim, e acusou a OMS de "enganar" os Estados Unidos.

Durante o primeiro mandato, Trump já havia tentado, em 2020, retirar o país da OMS, acusando a organização de ter gerido mal a pandemia de covid-19 e de estar "controlada pela China". Mas seu sucessor, Joe Biden, reverteu a decisão antes que ela entrasse em vigor.

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