Futebol europeu busca soluções para arrumar calendário
Com competições em xeque, Velho Continente começa a debater futuro durante reunião entre dirigentes, nesta terça
O fã de futebol internacional certamente notou a ausência das principais ligas europeias na programação televisiva do último fim de semana. Na sexta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) comunicou que a Europa havia se tornado o epicentro da pandemia do novo coronavírus após superar o número de casos registrados na China, designada como o ponto de origem da doença. Na maior parte dos países, a bola parou de rolar após a contaminação se alastrar por atletas e membros das equipes. Representantes de clubes, ligas, federações nacionais e jogadores se reunirão hoje por uma vídeoconferência coordenada pela Uefa para decidir o futuro das competições do Velho Continente.
Há um temor generalizado entre os dirigentes sobre a reposição dos jogos cancelados. Isso porque a Eurocopa 2020, agendada para começar em 12 de junho no Estádio Olímpico de Roma, é o maior obstáculo na reorganização do calendário. O adiamento do torneio será uma das soluções propostas na reunião pelo presidente da Federação Italiana de Futebol, Gabriele Gravina, visando priorizar as ligas nacionais. “A evolução da epidemia mostra um caminho claro e envolve todos nós da mesma maneira. Ninguém pode pensar que é apenas um problema italiano simplesmente porque o vírus chegou à Itália duas semanas antes em comparação a outros países”, disse o mandatário em entrevista ao Corrierre dello Sport.
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O prosseguimento da Liga dos Campeões e Liga Europa poderá ser outra pauta discutida. Segundo a emissora britânica BBC, um mini-torneio envolvendo os times sobreviventes nas quartas de final não está descartado. Inicialmente, os jogos adiados seriam realizados para, assim, definir os classificados que restam. A partir daí, ocorreriam as disputas em sede única e sem jogo de volta. As sedes das finais desta edição de cada torneio receberiam os seus respectivos jogos: Estádio Olímpico Atatürk, em Istambul (TUR), pela Liga dos Campeões, e o Estádio de Gdansk, em Gdansk (POL), pela Liga Europa.
O cenário do CONVID-19 na Itália é o mais calamitoso, onde mais de 2.200 pessoas morreram em decorrência da pandemia. O Comitê Olímpico Italiano suspendeu eventos esportivos até 9 de abril, mas uma reunião extraordinária entre os dirigentes dos 20 clubes da Serie A determinou a ampliação do prazo até 9 de maio. No dia 23 de março, clubes e Federação Italiana irão debater medidas para o desfecho de temporada e três possibilidades serão debatidas: não haver campeão; homologar a tabela como está; ou mata-matas definirem título e rebaixamento. Esta, no entanto, desagrada os times.
La Liga e Premier League também discutem qual caminho será percorrido em meio à forte disseminação do coronavírus. Na Espanha, o presidente da liga irá dar a palavra final, pendendo para finalizar as 38 rodadas em junho ou julho. Os clubes ingleses farão um encontro na quinta-feira para montar as estratégias, mas Greg Clarke, presidente da federação inglesa, tem receio que o campeonato não seja concluído, de acordo com o jornal The Times. Bundesliga e Ligue 1, por outro lado, ainda não falaram publicamente o que será feito. Até o fechamento desta edição, somente Sérvia, Ucrânia, Hungria, Turquia e Rússia não pararam as atividades no futebol, com os jogos ocorrendo sem público.