"Futuro melhor é possível": jovens dos EUA processam Trump por mudança climática
Apesar de os demandantes terem conseguido uma vitória a nível estadual, o julgamento pode ser levado à Suprema Corte, de maioria conservadora
Ar poluído, lares ameaçados por inundações e calor debilitante: um grupo de jovens americanos disse nesta terça-feira (16) que o apoio do presidente Donald Trump à indústria de combustíveis fósseis está passando por cima de seus direitos inalienáveis.
Lighthiser vs. Trump é um caso emblemático de uma tendência mundial de processos judiciais para forçar ações contra a crise climática, diante da inércia política ou da resistência dos dirigentes.
A ação contesta decretos do governo Trump para fomentar os combustíveis fósseis às custas da energia renovável e outras ações como a demissão de cientistas ou a retirada de relatórios críticos.
"A Constituição dos Estados Unidos protege contra abusos do Poder Executivo por uma ordem executiva que prive crianças e jovens de seus direitos fundamentais à vida e suas liberdades?", questionou Julia Olsons, advogada principal dos 22 demandantes, durante uma audiência nesta terça-feira em um tribunal de Montana.
Michael Sawyer, representante do governo Trump, classificou o caso de "antidemocrático".
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"Acabamos de ter uma eleição. Um dos temas principais nessa eleição foi uma perspectiva em disputa sobre emissões, política energética, e agora estão intervindo e pedindo à corte que anule os resultados."
Os jovens demandantes, representados pela organização sem fins lucrativos Our Children's Trust, descreveram como a mudança climática está mudando suas vidas.
Uma adolescente de Montana relatou como sua família se viu forçada a abandonar sua casa, vítima de um incêndio.
Outro demandante, Joseph Lee, de 19 anos, lembrou os incêndios florestais na Califórnia no ano passado que destruíram a casa de um amigo.
"Um futuro melhor é possível", disse Lee, que foi hospitalizado por um golpe de calor que quase lhe causou insuficiência dos órgãos.
O processo busca uma ordem preliminar que poderia abrir as portas para um julgamento completo.
O governo federal, junto com 19 estados de inclinação conservadora e o território de Guam, quer que o caso seja desconsiderado, mas não convocou suas testemunhas.
Apesar de os demandantes terem conseguido uma vitória a nível estadual, o julgamento pode ser levado à Suprema Corte, de maioria conservadora.

