Sáb, 06 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
PALESTINA

Gabinete de segurança de Israel aprova plano que inclui a 'conquista' de Gaza

Fonte relata que o plano inclui desferir "golpes poderosos ao Hamas", sem especificar sua natureza

Palestinos bloqueiam uma estrada durante um ataque militar israelense na Cidade Velha de Nablus, na Cisjordânia ocupadaPalestinos bloqueiam uma estrada durante um ataque militar israelense na Cidade Velha de Nablus, na Cisjordânia ocupada - Foto: Jaafar Ashtiyeh / AFP

O gabinete de segurança de Israel aprovou um plano para expandir as operações militares em Gaza, que inclui a "conquista" do território palestino e fazer com que a população local deixe o enclave, informou nesta segunda-feira (5) uma fonte do governo.

Horas antes da decisão, o Exército anunciou no domingo (4) a mobilização de dezenas de milhares de reservistas para ampliar a ofensiva na Faixa contra o movimento islamista Hamas.

"O plano incluirá, entre outras coisas, a conquista da Faixa de Gaza e a manutenção dos territórios", assim como "movimentar a população de Gaza para o sul para sua proteção", afirmou a fonte.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu também "continua apoiando" a ideia do presidente estadunidense Donald Trump de promover a emigração voluntária dos habitantes de Gaza para países vizinhos, como Jordânia e Egito, acrescentou a fonte.
 

Jordânia e Egito, no entanto, já expressaram oposição à proposta.

O gabinete de segurança, que inclui Netanyahu e vários ministros, "aprovou de forma unânime" o plano, que pretende derrotar o Hamas, movimento que governa Gaza, e garantir o retorno dos reféns israelenses ainda em cativeiro.

A fonte consultada pela AFP disse que o plano inclui desferir "golpes poderosos ao Hamas", sem especificar sua natureza.

O gabinete de segurança também aprovou "a possibilidade de uma distribuição de ajuda humanitária" em Gaza, que está sob bloqueio israelense severo desde 2 de março.

O gabinete argumentou que "atualmente há comida suficiente" no território, apesar da advertência de organizações humanitárias e agências da ONU sobre as consequências do bloqueio para os 2,4 milhões de habitantes de Gaza.

Família dos reféns, indignadas
Israel intensificou os bombardeios aéreos e ampliou as operações terrestres na Faixa de Gaza desde que retomou a ofensiva no território palestino em 18 de março.  A Defesa Civil do território anunciou nesta segunda-feira que 19 pessoas morreram em ataques de Israel no norte de Gaza.

O governo alega que o objetivo é forçar o Hamas a libertar os reféns.

Um argumento que não convence o Fórum das Famílias dos reféns capturados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, durante um ataque surpresa desvastador.

Um comunicado divulgado pelo fórum afirma que o plano anunciado "sacrifica os reféns".

"Esta manhã, o governo reconheceu que escolhe o território em vez dos reféns, ao contrário do desejado por mais de 70% da população", acrescenta o texto do Fórum das Famílias.

O Hamas mantém 58 reféns, do total de 251 sequestrados em 7 de outubro de 2023. O ataque do movimento islamista naquele dia provocou as mortes de 1.218 pessoas do lado israelense, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

A operação israelense de represália matou pelo menos 52.535 pessoas desde então em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas.

Veja também

Newsletter