Sex, 05 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
SAÚDE

Gel tipo xampu pode ajudar pacientes de quimioterapia a manter o cabelo

Produto foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan

Novo gel desenvolvido por pesquisadores pode ajudar na queda dos fios Novo gel desenvolvido por pesquisadores pode ajudar na queda dos fios  - Foto: Freepik

Pesquisadores desenvolver um gel do tipo xampu que pode proteger o cabelo da queda durante o tratamento de quimioterapia. Segundo os pesquisadores, o produto é um hidrogel que absorve bastante água e proporciona uma liberação prolongada dos medicamentos no couro cabeludo do paciente.

O hidrogel foi desenvolvido para ser aplicado no couro cabeludo do paciente antes do início da quimioterapia e deixado na cabeça enquanto os medicamentos quimioterápicos estiverem no organismo — ou até que o paciente esteja pronto para removê-los facilmente.

Durante o tratamento de quimioterapia, os medicamentos quimioterápicos atingem os vasos sanguíneos que circundam os folículos capilares no couro cabeludo. Dessa forma, eles os matam ou danificam, o que solta o cabelo da haste e causa sua queda, processo chamado de alopecia induzida por quimioterapia.

O gel, que contém lidocaína e adrenalina, impede que a maioria dos medicamentos quimioterápicos cheguem ao folículo piloso, restringindo o fluxo sanguíneo para o couro cabeludo. A redução drástica da quantidade de medicamentos que chegam ao folículo ajudará a proteger o cabelo e a prevenir sua queda.

 

Além disso, para facilitar o uso prático do produto, que deve ser utilizado como um "xampu", o gel foi projetado para ser sensível à temperatura. Por exemplo, à temperatura corporal, o gel é mais espesso e adere à superfície do cabelo e couro cabeludo do paciente. Quando o gel é exposto a temperaturas ligeiramente mais baixas, ele se torna mais fino e mais parecido com um líquido que pode ser facilmente removido com água.

A tecnologia do gel, desenvolvida por pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan, foi testada apenas em animais e agora a equipe responsável espera poder realizar os testes em humanos.

Até o momento, existem poucas soluções — as únicas aprovadas são as toucas frias usadas na cabeça do paciente, que são caras e têm seus próprios efeitos colaterais extensos.

"A pesquisa tem o potencial de ajudar muitas pessoas. Todos os componentes individuais são materiais seguros e bem estabelecidos", afirma Bryan Smith, professor associado da Faculdade de Engenharia e do Instituto de Ciências Qualitativas da Saúde e Engenharia da MSU.

Os resultados iniciais foram publicados na revista científica Biomaterials Advances.

Veja também

Newsletter