Sáb, 06 de Dezembro

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Cobrança

Gestores cobram escuta dos territórios e recursos no novo Plano Nacional de Educação

Secretários e reitor da UFPE destacam financiamento, metas viáveis e participação local

Apresentação do Plano Nacional da Educação, decênio 2024-2034. Apresentação do Plano Nacional da Educação, decênio 2024-2034.  - Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

Secretários de Educação e representantes das universidades públicas defenderam, nesta segunda-feira (4), a valorização dos territórios, o financiamento adequado e a escuta das realidades locais na formulação do novo Plano Nacional de Educação (PNE) 2024–2034. 

As falas ocorreram durante o seminário “Construindo o Novo Plano Nacional de Educação”, realizado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), com presença de parlamentares, gestores e movimentos sociais.

Representando o Governo de Pernambuco, o secretário executivo de Educação Profissional e Ensino Médio, Paulo Dutra, destacou os avanços do estado nas metas do plano anterior e defendeu que as estratégias do novo ciclo considerem as desigualdades regionais. 

“É importante garantir que cada território seja considerado. O plano precisa ter metas possíveis, ligadas a estratégias reais e acompanhadas de financiamento. Só assim teremos equidade”, afirmou.

Dutra também apresentou dados do modelo educacional de Pernambuco, com 73% dos alunos do ensino médio matriculados em escolas de tempo integral. “É uma política de estado que precisa ser considerada na construção de metas, mas que também depende de um pacto nacional pelo financiamento da educação”, completou.

Municípios 
A secretária de Educação do Recife, Cecília Cruz, reforçou a importância de escutar os municípios na elaboração do novo plano. 

“A educação das nossas crianças, dos jovens, dos adultos e de quem está na universidade acontece nos territórios. Trazer essa discussão para os estados e municípios é garantir que quem vive a educação seja ouvido”, pontuou.

Ela também chamou atenção para os limites enfrentados pelas gestões municipais, especialmente na educação infantil. “Recife passou de 6.500 para mais de 16 mil vagas em creche nos últimos quatro anos. Apesar desse salto, não é possível atingir sozinho a meta nacional. As prefeituras precisam de apoio técnico e financeiro para ampliar essa oferta com qualidade”, disse.

Educação superior 
O reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Gomes, ressaltou o papel da educação superior na consolidação de políticas públicas e na formação de professores. 
“O novo plano deve reconhecer a universidade como um espaço estratégico para o desenvolvimento educacional e científico do país”, afirmou. 

Ele também alertou para os desafios enfrentados pelas instituições federais devido à restrição orçamentária. 
“Não há como falar em expansão do ensino superior ou da pós-graduação sem discutir a recomposição do orçamento das universidades. Precisamos de um plano que seja viável técnica e financeiramente.”
O seminário integra uma série de debates estaduais promovidos pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, em articulação com o Senado, para ouvir diferentes setores da sociedade sobre os rumos da educação brasileira para a próxima década.

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