Ter, 23 de Dezembro

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América do Sul

Governo do Equador diz estar em 'alerta máximo' por relatório sobre plano de assassinato de Noboa

Documento aponta deslocamento de sicários do México e de outros países

 O presidente do Equador, Daniel Noboa O presidente do Equador, Daniel Noboa - Foto: Isaac Castilloo / Assessoria de Imprensa da Presidência do Equador / AFP

O Equador se encontra em "alerta máximo", assegurou o governo equatoriano, após a divulgação de um relatório de inteligência que alerta sobre uma suposta tentativa de assassinato contra o presidente reeleito Daniel Noboa.

Um relatório do Comando Conjunto das Forças Armadas, datado de quinta-feira e assinado pelo coronel do Exército Rolando Proaño, afirma que, após a reeleição de Noboa no último fim de semana, “iniciaram-se deslocamentos de sicários desde o México e outros países para o Equador, com a finalidade de realizar atentados terroristas contra o Presidente da República” e seus colaboradores mais próximos.

Noboa ampliará seu mandato até 2029 após vencer no segundo turno a candidata de esquerda Luisa González, que não reconhece a derrota.

“Condenamos e repudiamos energicamente qualquer tentativa de atentar contra a vida do senhor Presidente da República, autoridades do Estado e funcionários públicos”, afirmou o Ministério do Governo em comunicado divulgado na madrugada de sábado, horas após o vazamento do documento militar nas redes sociais.

O relatório alerta sobre “a possível execução de atentados terroristas” contra infraestrutura viária, bancos e instituições do Estado.

Também menciona a realização de protestos “violentos” no país e recomenda o reforço do esquema de segurança do presidente.

“O Estado está em alerta máximo”, declarou o Ministério do Governo no comunicado, divulgado neste sábado. “As Forças Armadas, a Polícia Nacional e os órgãos de inteligência estão trabalhando de forma articulada para neutralizar qualquer ameaça.”

O governo de Noboa responsabilizou pelo suposto plano de magnicídio “estruturas criminosas, em conluio com setores políticos derrotados nas urnas”, sem fornecer detalhes ou nomes.

Os governos de esquerda de Gustavo Petro na Colômbia e Claudia Sheinbaum no México se abstiveram de reconhecer a vitória de Noboa após as acusações de fraude por parte de González, já descartadas por observadores da União Europeia e da Organização dos Estados Americanos.

O México rompeu relações com o Equador em abril do ano passado, quando Noboa ordenou a invasão da embaixada mexicana em Quito para capturar o ex-vice-presidente Jorge Glas, condenado por peculato e asilado na sede diplomática.

Antes considerado um farol de paz em uma região conflituosa, o Equador está agora imerso em uma sangrenta guerra territorial entre narcotraficantes e máfias internacionais rivais.

Noboa, que em 2024 declarou o país em conflito armado interno, busca enfrentar a violência criminosa com uma política de linha dura, para a qual busca o apoio de países aliados.

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