Hamas divulga nomes dos três reféns a serem libertados no sábado após acusar Israel de violar acordo
Grupo terrorista afirmou que o bloqueio israelense à entrada de máquinas pesadas no enclave para limpar os escombros causados pela guerra estava afetando os esforços para extrair os corpos de reféns
O braço armado do grupo terrorista Hamas, as Brigadas al-Qassam, publicou os nomes dos três reféns que planeja libertar no sábado, na quinta troca de prisioneiros palestinos como parte do acordo de trégua com Israel em Gaza. A lista já foi recebida e confirmada pelas autoridades israelenses e pelos familiares.
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Segundo o jornal israelense Haaretz, os reféns israelenses são Eli Sharabi, 52 anos, e Ohad Ben Ami, 56 anos, ambos do kibutz Be'eri, e Or Levy, 34 anos, de Givatayim e sequestrado no festival de música Nova.
Mais cedo, o Hamas acusou Israel de atrasar a entrada dos caminhões que transportam alimentos e outros suprimentos humanitários, e de reter quase todas as tendas e casas móveis necessárias para fornecer abrigo às pessoas que retornavam para suas casas bombardeadas. Também afirmou que o bloqueio israelense à entrada de máquinas pesadas no enclave para limpar os escombros causados pela guerra estava afetando os esforços para extrair os corpos dos reféns.
— Impedir a entrada de equipamentos pesados e maquinário necessário para remover 55 milhões de toneladas de escombros... Sem dúvida afetará a capacidade da resistência de extrair dos escombros os prisioneiros mortos (reféns) — disse Salama Marouf, porta-voz do escritório de mídia do Hamas em Gaza, aos jornalistas.
Israel nega atrasos na entrada de ajuda humanitária, afirmando que permitiu a passagem de 12.600 caminhões, incluindo mais de 100 mil tendas e abrigos. Segundo o COGAT, agência militar israelense que supervisiona as entregas de ajuda a Gaza, caravanas e tratores também foram liberados.
Até o momento, 13 reféns israelenses retornaram para casa. Em troca, centenas de prisioneiros e detidos palestinos foram libertados. Além disso, cinco reféns tailandeses também foram devolvidos.
O cessar-fogo visa encerrar a guerra mais mortal e destrutiva já travada entre Israel e o Hamas. O acordo permitiu o aumento da entrada de ajuda humanitária no enclave e possibilitou que centenas de milhares de palestinos retornassem ao que restou de suas casas no norte da Faixa de Gaza. Ao todo, é esperado que 33 reféns israelenses sejam libertados em troca de quase 2 mil prisioneiros palestinos. Segundo o Hamas, oito desses reféns foram mortos em 7 de outubro ou no cativeiro.
O ataque do Hamas contra Israel deixou 1,2 mil mortos e 250 sequestrados, entre israelenses e estrangeiros. Desses, 157 foram resgatados na primeira trégua do conflito, em novembro de 2023, ou em operações militares posteriores. Agora, Israel acredita que cerca de um terço, ou possivelmente até metade, dos cerca de 90 reféns restantes estejam mortos. Entre os 33 cativos mantidos no enclave e que deverão ser libertos neste cessar-fogo, dois foram sequestrados há dez anos.
A segunda — e muito mais difícil — fase do acordo ainda não foi negociada. O Hamas afirma que não libertará os cerca de 60 reféns restantes a menos que Israel encerre a guerra, enquanto Netanyahu insiste que continua comprometido em destruir o grupo palestino e acabar com seu controle de quase 18 anos sobre Gaza. Passados mais de 15 meses de guerra, pelo menos 47 mil palestinos foram mortos, e o território foi amplamente destruído.

