HCP incorpora tecnologia que aumenta em 20% detecção precoce do câncer
Com a ajuda de intelegência artificial, médicos radiologistas do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) aumentam acertos em leitura de raios-x e mamografias
Tecnologia criada por uma startup recifense tem somado bastante ao trabalho das equipes do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP). O sistema, que opera por meio de inteligência artificial, ajuda na leitura de exames radiográficos e aumenta em 20% a taxa de detecção precoce do câncer. Em testes desde abril, neste mês, a ferramenta começou a ser utilizada também na leitura de mamografias.
A detecção de possíveis nódulos ou anomalias é feita a partir da análise do raio-x ou da mamografia, com base em um banco mundial de dados, repleto de exames realizados em todo o mundo. Ainda que não seja capaz de, sozinha, apontar o laudo, a inteligência artificial reforça no diagnóstico dos médicos radiologistas.
A leitura é feita em questão de segundos. A máquina onde o exame é realizado envia as imagens para o sistema, que faz a análise e repassa de imediato ao computador do radiologista, com as considerações feitas. A partir daí, as equipes podem analisar informações que, a olho nú, podiam passar despercebidas.
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“Ela funciona quase que como um terceiro olho. São cerca de quatro milhões de imagens, vindas de 80 países”, explica Filipe Guerra, sócio-fundador da Viziomed, startap responsável pela ferramenta. Durante a pandemia, o sistema foi oferecido para ajudar na detecção de alterações nos pulmões, causadas pela Covid-19. Devido a sua agilidade e eficácia, o robô logo foi trazido ao HCP como aliado na busca pela detecção precoce do câncer.
“Essa inteligência chega para somar ao trabalho da especialidade da radiologia e traz benefícios ao aumentar a precisão do diagnóstico. E nós sabemos que, quando falamos em oncologia, isso é fundamental. Para o tratamento, partimos da premissa que quanto mais precoce, maiores são as possibilidades de tratamento e as chances de cura”, explica Fábio Malta, superintendente-técnico do HCP. No caso de pacientes com câncer de mama, segundo o médico, as chances de cura podem chegar a 90%.
A expectativa é de que, mais para frente, o sistema seja alimentado com os exames realizados no HCP e que novas modalidades, como tomografias, passem a ser analisadas com a ajuda da ferramenta. “Como a ferramenta expande sozinha ao absorver exames que lê, a tendência é que vá se aperfeiçoando cada vez mais. É muito importante pensar nisso quando lembramos que, só no ano passado, realizamos cerca de 17 mil radiografias de tórax e mamografias. É um avanço muito importante em nossa luta e felizmente podemos disponibilizá-la aos nossos pacientes oncológicos”, acrescenta o superintendente.
O HCP é uma instituição filantrópica e realiza tratamentos por meio Sistema Único de Saúde (SUS).

