Sex, 19 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
líbano

Hezbollah insiste em 'direito' de defesa e rejeita diálogo político com Israel

Apesar do cessar-fogo que, em novembro de 2024, encerrou o confronto, o Exército israelense continua realizando ataques regulares contra redutos do Hezbollah no Líbano e mantém tropas em cinco pontos no sul do país

Funeral de membro das forças do Hezbollah morto em ataque de IsraelFuneral de membro das forças do Hezbollah morto em ataque de Israel - Foto: Mahmoud Zayyat / AFP

O movimento libanês pró-iraniano Hezbollah alegou nesta quinta-feira (6) seu "direito legítimo" de defesa contra Israel e rejeitou "qualquer negociação política" com o país vizinho.

Simultaneamente à guerra de Gaza iniciada em outubro de 2023, Hezbollah e Israel travaram um conflito que se intensificou em setembro de 2024, no qual o Exército israelense bombardeou centenas de alvos no Líbano e matou, entre outros, o histórico líder do partido, Hassan Nasrallah.

Apesar do cessar-fogo que, em novembro de 2024, encerrou o confronto, o Exército israelense continua realizando ataques regulares contra redutos do Hezbollah no Líbano e mantém tropas em cinco pontos no sul do país.

"Reafirmamos nosso direito legítimo (...) de nos defender de um inimigo que impõe a guerra ao nosso país e não cessa suas agressões", declarou o movimento em uma "carta aberta" dirigida ao povo e aos dirigentes libaneses.

O Hezbollah também afirmou ser contra "qualquer negociação política com Israel", país com o qual o Líbano segue tecnicamente em estado de guerra, e estimou que tal negociação não serviria "ao interesse nacional".

Nesta mesma quinta-feira, o governo libanês deve examinar o avanço de seu esforço para desarmar o movimento, o único que se recusou a entregar as armas após a guerra civil de 1975-1990.

Como parte do cessar-fogo - que o Hezbollah diz respeitar -, o governo de Beirute ordenou ao Exército organizar um plano para desarmar o Hezbollah.

Mas o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, acusou o presidente libanês, Joseph Aoun, de "procrastinar" em relação a esse plano.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se somou à pressão que acusou o Hezbollah de tentar "rearmar-se" após os danos substanciais sofridos em seu conflito com o Estado israelense.

O líder do movimento xiita, Naim Qasem, disse no final de setembro que o grupo rejeita o desarmamento, em uma cerimônia por ocasião do aniversário do assassinato de Nasrallah.

Veja também

Newsletter