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Hobby ajuda a deixar a mente longe das preocupações

Com o aumento do estresse e das cobranças no cotidiano do século 21, atividades que possam transportar quem as realiza para um ponto de relaxamento são indicadas

César Filgueiras encontrou em seus instrumentos musicais o seu hobby preferidoCésar Filgueiras encontrou em seus instrumentos musicais o seu hobby preferido - Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

Hobby, passatempo, amenidade, distração. Todo mundo tem, nem que seja um, mesmo sem perceber. Desde assistir à TV a praticar algum esporte, as atividades realizadas apenas por lazer, sem remuneração, são consideradas hobbies.

Com o aumento do estresse e das cobranças no cotidiano do século 21, atividades que possam transportar quem as realiza para um ponto de relaxamento são indicadas, principalmente as que modificam a dinâmica costumeira do dia a dia do indivíduo. O hobby tem a ver com paixão e amor, e não com remuneração. Quantas pessoas são amadoras em uma atividade?


Amador da música e dos instrumentos de corda, César Filgueiras, 35, aprendeu a tocar seu primeiro instrumento aos 12 anos, um violão. Hoje o mestre em Geologia toca ,ainda, cavaquinho, guitarra, baixo, teclado e planeja aprender sanfona. "Antes de todas essas nossas ferramentas, no pré-streaming, a gente tinha vinil e CD. Meu pai colocava para tocar, nos finais de semana, umas oito horas da manhã, a gente lá em casa já acordava com música", contou.

Para César, a música é uma fuga das preocupações e ele diz que só encara como um hobby por não receber. "Hoje eu toco em umas quatro bandas amadoras diferentes, a única dificuldade é conciliar o tempo, mas a dedicação é a mesma que tenho para o trabalho", explicou.

“Hobby é algo que você faz por prazer, que vai te gerar prazer, é algo dependente da pessoa”, explicou a psicóloga Fernanda Almeida. Ela contou que há variações de atividades que desconectam o indivíduo do seu dia a dia e essas atividades são diferentes para cada um. “Tem gente que acredita que ir à academia é um hobby. Estar ali levantando peso pode gerar prazer pra ele, pra outras pessoas, pode não ser assim”, confessou.

Rafaela Inácio, enfermeira, joga bola pelo menos duas vezes na semana. Para ela, a atividade é tanto um passatempo quanto uma forma de militância. "Futebol é minha forma de me fazer presente na sociedade como mulher, feminista, como espectadora, torcedora do Santa Cruz, e como resistência, como mulher que joga bola numa sociedade machista", explicou.

[PODCAST] Hobby ou transtorno? Confira a entrevista com a tutora de Psicologia da Faculdade Pernambucana de Saúde, Ana Flávia Santos Rego.


Para ela, ter algo que a faça escapar dos problemas do cotidiano é essencial para ter um corpo e uma mente sã. "Ter o futebol me faz sentir muito melhor com meu corpo, com minha saúde, melhor de saber que estou me cuidando. Por que sedentarismo só atrai coisas ruins, tanto para o seu corpo físico quanto para o seu espírito, ficar só parado na mesma coisa não é bom em nada", contou.

Para a psicologia, o passatempo é uma importante ferramenta de tratamento, chegando a ser considerado um remédio por muitos profissionais. “Com relação ao tratamento de depressão, da ansiedade, o paciente é orientado a ir ao cinema, a ler um livro, a praticar alguma outra atividade. Isso porque, nesse momento, ele vai exercitar o que gosta, produzindo hormônios da felicidade”, esclareceu Fernanda Almeida.

Com relação ao tempo e à disposição para realizar pôr em prática os hobbies, a psicóloga esclareceu que, quando a atividade realmente faz bem, a motivação aparece. “Quanto mais a gente encaixar atividades que gerem prazer no nosso dia a dia, mais o dia vai ser leve. Então, quanto menos a gente pratica algum hobby, menos feliz o dia vai ser”, finalizou.

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