HUOC terá profilaxia pré-exposição ao HIV
Recife é uma das 12 cidades brasileiras escolhidas para receber o medicamento que visa reduzir a possibilidade de contaminação de pessoas saudáveis
O Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), no Recife, será o primeiro centro pernambucano a ofertar pelo SUS a profilaxia pré-exposição ao HIV, conhecido como PrEP. A estratégia inclui o uso da droga Tenofovir associada à Entricitabina. O produto visa reduzir a possibilidade de contaminação de pessoas saudáveis que tenham risco aumentado de contágio por comportamento sexual ou outras situações.
Segundo o coordenador Estadual de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), François Figueiroa, o número inicial de beneficiários no Estado ainda está sendo definido. A expectativa é que todos comecem a ser acompanhados a partir de dezembro. No Brasil, o plano deve abranger inicialmente 7 mil pessoas. O investimento previsto é de U$ 1,9 milhão com a aquisição de 2,5 milhões de comprimidos. O volume deve atender a demanda por aproximadamente um ano.
Leia também:
Saúde amplia oferta do tratamento para HIV/Aids com medicamento inovador
Gestos lança cartilha sobre adesão ao tratamento ao HIV para jovens
Além do Recife, outras 11 cidades brasileiras foram listadas como prioritárias para receber o PrEP. São elas: Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Manaus, Brasília, Florianópolis, Salvador e Ribeirão Preto. “Na maioria das cidades só haverá um centro participando do processo de implantação. É a partir deles que vamos adquirir a expertise e começar uma descentralização. Em Pernambuco, vamos começar pelo HUOC, mas não quer dizer que só vamos ter ele”, disse Figueiroa.
De acordo com ele, além de disponibilizar a droga preventiva, os centros de PrEP ainda devem monitorar os usuários. O grupo que utilizará a medicação será avaliado semanalmente e, depois, a cada três meses. Além disso, receberão aconselhamento sobre o risco de outras doenças sexualmente transmissíveis que não são preveníeis pela profilaxia pré-exposição ao HIV. “É preciso dizer que o PrEP é uma das fatias da mandala na politica de enfrentamento à Aids. O uso regular e correto da camisinha ainda é o principal modo de ficar longe da contaminação”, reforçou.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, desde 2012, a oferta da PrEP para casais sorodiferentes (quando apenas um é portador do vírus HIV), gays, profissionais do sexo e pessoas transgêneros (travestis e transexuais). Esses também são os públicos-alvo no Brasil. No entanto, para o começo do programa brasileiro, critérios de risco que aumentem essa vulnerabilidade serão levados em conta para a escolha de pessoas na estreia do programa.
Segundo o Ministério da Saúde, estudos clínicos atestaram a segurança e eficácia da medicação e demonstraram que seu uso pode reduzir o risco de infecção pelo HIV em mais de 90%, desde que o medicamento seja tomado corretamente, uma vez que sua eficácia está diretamente relacionada à adesão ao tratamento.
A droga já é estratégia de saúde pública em países como Estados Unidos, Bélgica, Escócia, Peru e Canadá, onde é comercializada na rede privada, além da França e África do Sul, entre outros.

