Startup "Ih, Alagou" lança sistema de monitoramento de alagamentos em Olinda
Ferramenta tem como objetivo alertar comunidades em situação de risco e contribuir para a prevenção de desastres climáticos
A startup “Ih, Alagou” lançou, na manhã desta quarta-feira (23), a primeira etapa do sistema de monitoramento de alagamentos na cidade de Olinda.
A ferramenta tem como objetivo alertar comunidades em situação de risco e contribuir para a prevenção de desastres climáticos. O evento de lançamento aconteceu na sede da Prefeitura de Olinda.
O projeto, que conta com o investimento via recurso de subvenção à inovação da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia (Facepe) e da Secretaria de Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Secti-PE), recebeu cerca de R$ 72 mil reais para possibilitar a instalação de 10 sensores (os EcoPostes) em pontos críticos da cidade e realizar ações educativas junto às comunidades. Todas as informações acerca dos níveis de alagamentos serão enviadas para a população via Defesa Civil Alerta.
Para a execução da ferramenta, a startup "Ih, Alagou" conta com a parceria da Associação Fruto Favela (via Hub.Periférico) e da Prefeitura de Olinda (via Defesa Civil).
"A nossa startup surgiu através de uma maratona de programação, onde foi trazida essa problemática de alerta e monitoramento de alagamentos, e a gente desenvolveu um protótipo, que ficou no Espaço Ciência, onde monitoramos o nível de variação da maré no Canal do Tacaruna. Vamos instalar 10 dispositivos por toda cidade, no local onde têm os alagamentos, principalmente próximos a canais”, explicou Lucas Leonides, fundador da “Ih, Alagou”.
Lucas Leonides, fundador da "Ih, Alagou" | Foto: Arthur Botelho/Folha de PernambucoNo momento, dois dispositivos já estão instalados: um no bairro de Rio Doce e outro em Peixinhos. Ainda de acordo com Lucas, o sistema se encontra na fase de validação, que deve durar de três a seis meses, para depois poder acontecer a implementação em outras localidades da cidade.
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Trabalho de antecipação
Presente no evento de lançamento, a prefeita de Olinda, Mirella Almeida, destacou a iniciativa, que deve ajudar a gestão da cidade na antecipação de tragédias.
"O projeto 'Ih, Alagou' vai nos dar possibilidade de trabalhar com mais antecipação para que a gente consiga salvar vidas, sobretudo de pessoas que moram em áreas que alagam e periféricas", destacou a gestora municipal.
Prefeita de Olinda, Mirella Almeida | Foto: Arthur Botelho/Folha de PernambucoO secretário de Defesa Civil de Pernambuco, Clóvis Ramalho, também exaltou o sistema, que irá agir em conjunto com o “Defesa Civil Alerta”.
"Isso é muito importante para Defesa Civil do estado, que tem essa atribuição de ter esse monitoramento para que, de forma mais assertiva, consiga enviar para a população que mora nas áreas de risco as informações de chuvas, através do Defesa Civil Alerta", destacou Clóvis Ramalho.
Clóvis Ramalho, secretário de Defesa Civil de Pernambuco | Foto: Arthur Botelho/Folha de PernambucoDaniel Paixão, representante da Associação Fruto de Favela, destacou a cooperação entre a instituição, a startup e o poder público no combate aos problemas climáticos extremos.
“Essa cooperação é muito importante para que possamos construir políticas públicas e inovações tecnológicas, para contribuir com o processo de adaptação, mitigação e resiliência climática nas comunidades. Também é muito importante para que a gente possa avançar no combate aos problemas climáticos extremos”, analisou Daniel.
Daniel Paixão, representante da Associação Fruto de Favela. Foto: Arthur Botelho/Folha de Pernambuco.Expansão
Durante o evento, também foi apresentada a estratégia de expansão da tecnologia para os 14 municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR), com o apoio da Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil de Pernambuco.
Esta nova etapa será viabilizada pelo programa estadual Desafios.Gov, que apoia projetos que atendam desafios de órgãos da administração pública direta ou indireta do estado, para o desenvolvimento e implantação de produtos, serviços ou processos.
Com um novo aporte de cerca de R$ 256 mil, a “Ih, Alagou” ampliará o impacto da solução com a instalação de 56 dispositivos, entre sensores de alagamentos, sensores geológicos e pluviômetros automatizados.
A proposta ainda inclui o desenvolvimento de um Centro de Gerenciamento de Desastres Metropolitano, plataforma que integrará os dados em tempo real para agilizar a atuação das defesas civis.
“Ih, Alagou”
A startup “Ih, Alagou” é fruto do engajamento de jovens talentos com formação em geografia, jornalismo, engenharia, biologia e desenvolvimento de sistemas.
A iniciativa já recebeu prêmios (como do Hacker Cidadão, Maratona de Negócios do Sebrae-PE e do Shark Tank do CBA-19 como solução de maior impacto), passou por programas de aceleração (como BNDES Garagem e Startups NE-PE do Sebrae com a Facepe) e ganhou visibilidade nacional por sua abordagem interdisciplinar e comunitária.

