Imperfeições da democracia
Um mundo é uma bola com interseções para todos os lados, ou seja, não somos animais solitários, pelo contrário, somos animais solidários. Mas estamos atônitos diante das inúmeras manifestações não só de desafio, desfile de tanques mas também de autoafirmação contra o pobre estado de direito e a nossa frágil democracia.
O Congresso, originariamente o alicerce dessa tal democracia, hoje se tornou reduto de parlamentares prosélitos do vampirismo, charlatanismo, do mensalão, do petrolão e tantos outros ismos e ão... dos sanguessugas, ainda escondidos sob o manto da imunidade parlamentar ou ainda do corporativismo irresponsável e inseridos quase todos na Lava-a-Jato. Restam poucos aqueles de bem.
A Constituição brasileira é bela, complexa e frágil nos seus princípios democráticos de conduta, desmoralizados já no seu nascedouro, devido fundamentalmente ao desequilíbrio, inacessibilidade e incompatibilidade entre os direitos e deveres, e cujos princípios de difícil execução e zelo, ninguém fiscaliza ou mesmo deles sequer tem-se conhecimento.
A realidade e a experiência de outras democracias ou quase-democracias, até as mais consolidadas em países totalmente estruturados, têm nos mostrado que as soluções democráticas levam um tempo longo com discussões quase intermináveis para a sua maturação e implementação.
Mesmo admitindo que a solução democrática seja até a solução menos cáustica e danosa, o seu custo é elevado, tanto do ponto de vista monetário quanto social. A violência urbana, geração indiscriminada e descontrolada de inocentes - futuros marginais, desemprego, falta de educação e perspectiva de vida. Quanto tempo levará essa pauta trancada e quantos deverão ser ainda sacrificados, quantas vidas serão ceifadas para que uma solução exequível seja implementada? Como pretensa solução, espelhemo-nos na natureza livre e democrática e como ela resolve os seus problemas sob rígida ordem, disciplina e hierarquia.
*Prof. universitário