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Incêndios em Los Angeles: quando a tragédia climática vai acabar? Especialista responde

Fogo já destruiu quase 4.300 hectares

Fogo assola Los AngelesFogo assola Los Angeles - Foto: Robyn Beck/AFP

Um incêndio florestal em Los Angeles, no Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, tem preocupado moradores da região. As chamas incontroláveis, que começaram na terça-feira (7) e se intensificaram na quarta (8), causaram destruição. Dezenas de milhares de pessoas tiveram que evacuar as casas.

Veja as imagens da destruição

  • Incêndio começou na última terça-feira (7) | Foto: Josh Edelson/AFP
    Incêndio começou na última terça-feira (7) | Foto: Josh Edelson/AFP
  • Incêndio começou na última terça-feira (7) | Foto: Josh Edelson/AFP
    Incêndio começou na última terça-feira (7) | Foto: Josh Edelson/AFP
  • Incêndio começou na última terça-feira (7) | Foto: Josh Edelson/AFP
    Incêndio começou na última terça-feira (7) | Foto: Josh Edelson/AFP
  • Incêndio começou na última terça-feira (7) | Foto: Josh Edelson/AFP
    Incêndio começou na última terça-feira (7) | Foto: Josh Edelson/AFP

Pelo menos cinco mortes foram confirmadas, em Altadena, subúrbio vizinho, ao Norte de Los Angeles, onde as chamas queimaram quase 4.300 hectares. Segundo o Corpo de Bombeiros da cidade afetada, 1.500 construções foram destruídas, por conta dos fortes ventos. 

O meteorologista Thiago do Vale, da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), indicou duas possibilidades para que a tragédia climática no solo estadunidense seja amenizada. Durante entrevista à Folha de Pernambuco, ele usou a região do semiárido como referência.

“Temos duas opções: ou toda fonte de combustível seja queimada ou com a chegada das primeiras chuvas. Eu não tenho como prever quando elas [as chuvas] chegarão lá em Los Angeles, mas, de acordo com o que eu analisei de comentários dos especialistas, esses incêndios, agora em janeiro, não são típicos do período. Historicamente, acontecem entre julho e novembro. Inclusive, os maiores que já ocorreram [em Los Angeles], em 2013 e 2023, foram minimizados em novembro”, explicou ele.

O que causou os incêndios?
Outro ponto levantado junto ao especialista foi a causa da tragédia que assola a cidade norte-americana. Ele indicou que uma grande quantidade de carbono que estaria aprisionada no solo, nos móveis das casas e nas árvores poderia ter sido liberada para a atmosfera.

“Com isso, há um acréscimo de carbono na atmosfera em vários locais. Fazendo um paralelo com a Amazônia, onde tivemos uma das maiores queimadas, no ano passado, podemos relembrar que a gente também emitiu carbono para a atmosfera do que sequestrou, caso tivesse mais plantação de novas árvores”, continuou ele.

O fogo também dá origem à fuligem, que deixa a atmosfera ‘opaca’, fazendo com que a superfície receba menos radiação solar e o ar se torne ainda mais insalubre, fazendo com que os índices de intoxicações e

“Muitos desses incêndios são aumentados pelo aquecimento global. Caso esse aquecimento venha continuar nos próximos anos, é muito provável que esses fatos continuem acontecendo de forma cada vez mais expandida. O que nós vimos aqui no Brasil, em 2024, e o que estamos vendo nos Estados Unidos, hoje, pode se repetir e essa repetição pode ser ainda mais intensa”, finaliza.

“Perdemos tudo”
Em frente a uma pilha de escombros, após ver toda a propriedade perdida, William Gonzales comentou à Agence France-Presse (AFP) o sentimento de impotência ao presenciar todo esse acontecimento.

“E perdemos praticamente tudo, as chamas consumiram todos os nossos sonhos de anos aqui. Tudo virou cinzas”, disse ele.

Mesmo com a experiência de episódios anteriores, Jesse Beanks disse que tentava encontrar o filho que fugiu do incêndio separadamente.

“Moro nesta área há 20 anos e já vimos incêndios nas montanhas, mas nunca nada parecido com isso”, exclamou.
 

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