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Meio Ambiente

Infestação 'muito alta' de planta tóxica mata até 42 mil cabeças por ano no Rio Grande do Sul

Estudo aponta que infestação da planta Senécio madagascariensis, popularmente conhecida como "maria-mole", já é problema grave em Eldorado do Sul

Gado Nelore, um dos preferidos pelo setor de pecuária Gado Nelore, um dos preferidos pelo setor de pecuária  - Foto: Pixabay

Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (20) indica a situação de emergência na cidade de Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul, por conta de uma grande infestação da planta Senécio madagascariensis, popularmente conhecida como “maria-mole”. A espécie é conhecida por ser extremamente tóxica e é responsável pela morte de 30 a 42 mil cabeças de gado por ano.

“Plantas do gênero Senecio são as mais importantes no Rio Grande do Sul sob o ponto de vista toxicológico, causando graves prejuízos à cadeia produtiva da bovinocultura. Há uma perda estimada de 30 mil a 42 mil cabeças ao ano, por intoxicação proveniente da ingestão de diferentes espécies de Senecio. A letalidade é praticamente de 100%”, explica Fernando Castilhos Karam, do Laboratório de Histopatologia do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor (IPVDF).

Plantas do gênero Senecio são tóxicas aos bovinosPlantas do gênero Senecio são tóxicas aos bovinos — Foto: Divulgação/Seapi

O estudo foi realizado pelo IPVDF e apresentado aos produtores rurais do município em conjunto com a Emater/RS-Ascar. O órgão é vinculado ao Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi).

Os resultados em Eldorado do Sul indicaram infestação muito alta em todas as propriedades participantes, com predominância da espécie mais crítica. “Baseando-se nestes dados, com algumas características específicas, foram recomendadas medidas de controle aos produtores, que podem ser estendidas às demais propriedades rurais”, afirmou Karam.

Por razões ambientais e características fenológicas, a planta é abundante e se tornou a maior causa de morte de bovinos no Estado, oscilando em algumas regiões com a Tristeza Parasitária Bovina (TPB).

“A lotação animal maior que a oferta de pasto parece ser o principal fator que favorece a ingestão, o que é comum de ocorrer no outono/inverno, justamente quando a maioria das espécies está em crescimento e quando concentram maior teor tóxico”, explica o especialista.

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