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Itaíba: defesa acusa irmão do réu e pede para não se condenar "um inocente"

Advogado de defesa do réu relembrou a situação do agricultor Adeildo Ferreira dos Santos, que foi inocentado pelos jurados no primeiro julgamento

Presidente da OAB-PE, Bruno BaptistaPresidente da OAB-PE, Bruno Baptista - Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

A defesa de José Maria Domingos Cavalcante - acusado de participação na morte do promotor Thiago Faria Soares - começou o debate no julgamento com um apelo para que o réu não seja condenado sem ter "100% de certeza" de estar envolvido no caso. A fala tem duração de 1h30, o mesmo tempo estipulado para a acusação, que expôs os argumentos mais cedo.

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O advogado de defesa do réu, José Rawlinson Ferraz, relembrou a situação do agricultor Adeildo Ferreira dos Santos, que foi inocentado pelos jurados no primeiro julgamento, em outubro. "Tem que ter 100% de certeza das coisas. Se só tiver 99,9% de certeza não adianta. Porque é uma lei humana. Na dúvida, não pode condenar porque ele é um humano", afirmou.

"O delegado não sabia de Peba. Quem trouxe Peba foi Cavalcante. Ele (Cavalcante) prestou testemunho indireto. Disse que o telefone tava com o irmão, que o irmão respondia pelo latrocínio. Foi essa a verdade dos fatos", ainda disse, referindo-se ao irmão de José Maria e atualmente foragido da Justiça, Antônio Cavalcante Filho. Rawlinson ainda insistiu que é preciso prender Peba e que é necessário montar campana para prendê-lo.

A defesa ainda lembrou que o delegado federal disse que não tem como colocar José Maria na cena do crime e que ele não conhecia Thiago Faria Soares. "Cavalcante mora longe e gosta da cachacinha dele. Peba que foi o safado e fez isso", voltou a apontar. Rawlinson ainda culpou a Polícia por não prender Antônio, contra quem há um mandado de prisão em aberto desde 2012.

O advogado Carlos Henrique Pacheco de Araújo, também da defesa do réu, disse que uma injustiça no julgamento "vai prejudicar todo mundo."

Dinâmica do dia

O dia de julgamento é dividido entre 1h30 voltada para os argumentos da acusação, seguido de mesmo tempo voltado para as teses da defesa. Após esse primeiro momento, o júri terá um intervalo de almoço, seguido por uma hora de réplica, outra hora para tréplica e quesitação, que é quando a juíza apresenta quesitos para os jurados. Por fim, haverá a votação na sala secreta e, enfim, leitura da sentença.

Relembre o caso

O crime ocorreu no dia 14 de outubro de 2013 no interior de Pernambuco. Thiago Farias Soares estava com a noiva, a advogada Mysheva Martins, e o tio dela Adautivo Martins. Eles seguiam pela rodovia PE-300 a caminho de Itaíba, quando foram abordados por homens armados. Os tiros atingiram Thiago, que morreu na hora.

O veículo deles parou. O carro dos assassinos contornou a via e, segundo as investigações, retornou para tentar assassinar tio e sobrinha, que escaparam com vida após se jogarem para fora do veículo, na estrada. A arma do crime nunca foi encontrada.

De acordo com o advogado de Mysheva, José Augusto, a motivação do crime teria sido a compra de 25 hectares de uma fazenda em Águas Belas. O imóvel, que possuía uma extensão total de 1.800 hectares, foi adquirido por Mysheva em um leilão.

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