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Itamaraty convocará encarregado de negócios dos EUA após embaixada falar em 'perseguição vergonhosa'

Representação americana em Brasília está sem embaixador

Palácio do Itamaraty, no Distrito FederalPalácio do Itamaraty, no Distrito Federal - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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O Itamaraty decidiu convocar o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Gabriel Escobar, para que ele explique a declaração divulgada nesta quarta-feira, em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. No texto, a representação americana afirma que Bolsonaro, seus familiares e apoiadores estão sendo perseguidos de forma vergonhosa e antidemocrática.
 

A representação diplomática afirma que a "perseguição política" a Bolsonaro é "vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas brasileiras". O posicionamento anterior de Trump havia sido criticado por Lula.

"Jair Bolsonaro e sua família têm sido fortes parceiros dos Estados Unidos. A perseguição política contra ele, sua família e seus apoiadores é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil. Reforçamos a declaração do presidente Trump. Estamos acompanhando de perto a situação", disse a Embaixada dos EUA em nota divulgada pela assessoria de imprensa.

Na avaliação de interlocutores do Ministério das Relações Exteriores e do Palácio do Planalto, a manifestação da embaixada teve um tom acima do normal. Esse questionamento será transmitido a Escobar. Ainda não se sabe quando acontecerá a reunião.

A gestão Trump considera que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Morais, impede a liberdade de expressão no Brasil. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, já declarou que Morais deve sofrer sanções dos EUA. O ministro poderia, por exemplo, ser o pedido de entrar em território americano.

Trump defendeu Bolsonaro nas redes sociais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu, dizendo que o Brasil e o povo brasileiro são soberanos.

Na segunda-feira, após o post de Trump em uma rede social, Lula criticou o presidente americano e disse em nota oficial: “A defesa da democracia no Brasil é uma responsabilidade dos brasileiros. Somos um país soberano e não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Temos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei — sobretudo aqueles que atentam contra a liberdade e o Estado de Direito.”

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