Juiz dos EUA bloqueia deportação de imigrantes asiáticos à Líbia
Trump previa enviar imigrantes a países terceiros, entre eles Líbia e Ruanda
Um juiz federal dos Estados Unidos bloqueou temporariamente nesta quarta-feira (7) a expulsão de imigrantes asiáticos para a Líbia, devastada pela guerra, após um recurso de emergência dos advogados dos possíveis deportados.
O presidente americano Donald Trump prometeu expulsar milhões de imigrantes em situação irregular e, em março, recorreu a uma lei do século XVIII usada em tempos de guerra para deportar supostos criminosos venezuelanos para El Salvador.
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Desde então, os juízes federais bloquearam outras expulsões baseadas na Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798.
O juiz federal Brian Murphy estimou nesta quarta que qualquer expulsão como a que se pretendia violava uma ordem sua anterior.
Nela, o magistrado estimou que os imigrantes que forem enviados para um país que não seja o seu devem ter a oportunidade de contestar sua expulsão nos tribunais.
Meios de comunicação americanos informaram no início de maio que o governo Trump previa enviar imigrantes a países terceiros, entre eles Líbia e Ruanda.
O Governo de Unidade Nacional (GNU) da Líbia, com sede em Trípoli, negou ter chegado a um acordo com Washington para recebê-los.
Perguntado nesta quarta, Trump disse não estar a par do tema.
A decisão de Murphy ocorreu em resposta a uma moção de urgência apresentada por advogados de imigrantes de Laos, Filipinas e Vietnã que afirmavam correr perigo "iminente" de serem deportados à Líbia, "um país conhecido por suas violações dos direitos humanos".
A Líbia está dividida entre o GNU — reconhecido pela ONU no oeste — e uma administração rival apoiada pelo militar Khalifa Hafter, que governa de Benghazi e Tobruk no leste.
O Ministério das Relações Exteriores do governo oriental também emitiu nesta quarta um comunicado "negando a existência de qualquer acordo ou entendimento sobre o assentamento de imigrantes de qualquer nacionalidade".
A Líbia foi palco de distúrbios desde a queda em 2011 do governante Muammar Kadafi.

