Sex, 05 de Dezembro

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NOVO PAPA

Leão XIV 'abriu o caminho' para defesa de vítimas de abusos no Peru, afirmam bispos

Então bispo Prevost enfrentou as "dificuldades e realidades" da Igreja Católica, afirmou o presidente da Conferência Episcopal Peruana (CEP), monsenhor Carlos García

Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV, em missa no Peru, em 2024Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV, em missa no Peru, em 2024 - Foto: Paul Suncion/Andina/AFP

O agora papa Leão XIV "abriu o caminho" durante seu trabalho eclesiástico no Peru para escutar e assumir a defesa das vítimas de abusos sexuais por parte de integrantes do clero, destacou o líder dos bispos peruanos.

O então bispo Robert Prevost, que se uniu aos agostinianos do país sul-americano em 1985, enfrentou as "dificuldades e realidades" da Igreja Católica, afirmou o presidente da Conferência Episcopal Peruana (CEP), monsenhor Carlos García, em uma entrevista coletiva.

Nascido nos Estados Unidos, Prevost recebeu a cidadania peruana em 2015 antes de assumir a diocese de Chiclayo, cidade de pouco mais de 600.000 habitantes do norte do Peru, que mencionou durante seu primeiro discurso como pontífice.

Como parte da CEP, "foi ele quem abriu o caminho aqui no Peru para escutar as vítimas, para organizar a comissão da verdade, da defesa contra" as agressões, destacou García.

Antes de Prevost ser nomeado cardeal e sair do Peru em 2023, o papa Francisco ordenou uma intervenção no Sodalício de Vida Cristã (SCV), uma congregação ultraconservadora de laicos e padres de origem peruana.

Após sete anos de investigações, o falecido papa argentino ordenou a dissolução da organização, após as denúncias contra quatro líderes do SCV.

Segundo a própria congregação, os membros da cúpula abusaram sexualmente de 19 menores e 10 maiores de idade entre 1975 e 2002.

Em janeiro, Prevost recebeu no Vaticano José Enrique Escardó, uma das primeiras vítimas que denunciou os abusos do Sodalício.

"Nós rejeitamos o encobrimento e o segredo, isso provoca muito dano, pois temos que ajudar as pessoas que sofreram com a má conduta", declarou o atual papa ao jornal peruano La República em uma entrevista de junho de 2019.

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