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Liceu de Artes e Ofícios ainda aguarda reforma
São cinco anos desde que foi anunciando que prédio histórico abrigaria centro cultural. Unicap busca parceiros para projeto
A antiga sede do Liceu de Artes e Ofícios de Pernambuco, um dos prédios históricos que compõem o conjunto arquitetônico da Ilha de Antônio Vaz, no bairro de Santo Antônio (Centro do Recife), está completando cinco anos aguardando por um desentrave na burocracia para ter seu novo destino pensado há cerca de uma década: tornar-se um centro cultural. Mantenedora do espaço, a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) afirma que está em busca de parceiros para viabilizar o projeto.
A construção do edifício da antiga Escola de Ofícios - entidade mantida pela Sociedade dos Artistas Mecânicos e Liberais de Pernambuco, que oferecia aulas de desenho, arquitetura, aritmética e primeiras letras - data da época do império, do chamado Segundo Reinado, e está localizada na praça da República, próxima ao Palácio do Campo das Princesas (sede do poder executivo estadual), Teatro de Santa Isabel e Palácio da Justiça.
A primeira pedra foi assentada em 23 de abril de 1871 e o estabelecimento, inspirada na arquitetura classicista francesa, com traços do classicismo imperial, foi inaugurado em 1880, funcionando por 70 anos até ser extinto. Após mais duas décadas, o prédio e o acervo passaram para a guarda da Unicap. Foi o começo de um processo de diversas modificações e estabelecimento de novas metas.
A primeira pedra foi assentada em 23 de abril de 1871 e o estabelecimento, inspirada na arquitetura classicista francesa, com traços do classicismo imperial, foi inaugurado em 1880, funcionando por 70 anos até ser extinto. Após mais duas décadas, o prédio e o acervo passaram para a guarda da Unicap. Foi o começo de um processo de diversas modificações e estabelecimento de novas metas.
Inicialmente, a Católica ministrou no local cursos técnicos em administração e contabilidade. Após um convênio com a Secretaria de Educação, nos anos 1980, ganhou o status de escola filantrópica com quadro docente cedido pelo Estado.
Em 2006, com o encerramento das atividades do Colégio Nóbrega, o espaço ocupado pela também tradicional escola - muito maior e vizinho ao campus da universidade, no bairro da Boa Vista - foi transformado em um complexo educacional abarcando inclusive as atividades do Liceu. A antiga sede da Escola de Ofícios chegou a abrigar o Centro de Ensino Experimental Porto Digital - que também foi transferido para o Complexo Educacional Nóbrega.
Após um novo convênio assinado pela Unicap, em 2008, dessa vez com vários orgãos do Estado, o Liceu se tornou, dois anos depois, uma escola de aplicação integrada à Rede Estadual de Ensino sendo reconhecido como uma escola pública. Atualmente são oferecidos cursos e de ensino fundamental, médio e técnico (administração, contabilidade e desenho). Desde então o objetivo da Unicap é transformar a antiga sede da Escola de Ofícios em um centro cultural.
O projeto
Procurada pela Folha de Pernambuco, a Unicap informou por nota "que o projeto técnico de restauro e requalificação do conjunto arquitetônico do antigo prédio do Liceu de Artes e Ofícios de Pernambuco (...) foi aprovado pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) 2012/ 2013, após ser submetido à seleção pela Fundação Antônio dos Santos Abranches (Fasa)".
Ainda de acordo com a universidade, "na ocasião foram liberados recursos para registros gráficos da situação atual do conjunto arquitetônico" e, "a partir dessas informações, foi elaborado um projeto básico de requalificação do imóvel".
"Em 2014/2015, a Fasa submeteu o projeto complementar de restauro e requalificação ao edital do Funcultura, mas não foi aprovado. A Unicap está em busca de parceiros para viabilizar esse projeto complementar. A partir deste projeto, a Universidade estará instrumentada a captar recursos e parceiros pela Lei Rouanet", complementa a nota.
Ainda de acordo com a universidade, "na ocasião foram liberados recursos para registros gráficos da situação atual do conjunto arquitetônico" e, "a partir dessas informações, foi elaborado um projeto básico de requalificação do imóvel".
"Em 2014/2015, a Fasa submeteu o projeto complementar de restauro e requalificação ao edital do Funcultura, mas não foi aprovado. A Unicap está em busca de parceiros para viabilizar esse projeto complementar. A partir deste projeto, a Universidade estará instrumentada a captar recursos e parceiros pela Lei Rouanet", complementa a nota.
A Unicap pretende, com a requalificação do prédio, oferecer à comunidade um cineteatro com capacidade para 180 pessoas, um auditório, ambientes com exposições permanentes, salas para exposições temporárias, um restaurante bistrô, uma livraria, salas de leituras com wi-fi, um Núcleo de Direitos Humanos com orientação jurídica vinculado ao curso de direito da universidade, espaços multiculturais e cursos de extensão e pós-graduação ligados às artes.
Quando concretizado, o centro cultural deverá ser gerido pelo Instituto Humanistas da Unicap, que tem como objetivo principal "estabelecer um espaço de reflexão nas fronteiras do conhecimento e ser um canal aberto no diálogo com a cultura e a sociedade".

