Lucro da Microsoft cresce 10% no trimestre, mas negócio de nuvem desaponta analistas
Receita do Azure foi de 31%, contra 24% registrados no mesmo período de 2023
No dia em que as grandes empresas de tecnologia começam a divulgar seus resultados trimestrais, as ações das "Sete Magníficas" registraram queda durante o pregão desta quarta-feira, aguardando a decisão do Federal Reserve sobre as taxas de juros e Wall Street ainda digerindo as consequências do impacto da DeepSeek no setor de IA e nas empresas do Vale do Silício.
Entre as grandes que divulgaram os resultados hoje estava a Microsoft, cujo lucro dos três últimos meses do ano superou as estimativas, mas ficou aquém das estimativas para seu negócio de nuvem.
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O lucro da empresa cresceu 10% em relação ao mesmo período do ano passado, à medida que trabalha para capitalizar as enormes quantias de dinheiro que gastou para avançar sua tecnologia de inteligência artificial.
A empresa divulgou um lucro líquido para o trimestre de US$ 24,1 bilhões, ou US$ 3,23 por ação, superando as expectativas de Wall Street de US$ 3,11 por ação. A fabricante de software sediada em Redmond, Washington, registrou uma receita de US$ 69,6 bilhões no trimestre, um aumento de 12% em relação ao ano anterior, também superando as expectativas.
A empresa anunciou ainda que o crescimento de seu negócio de computação em nuvem desacelerou durante os últimos três meses de 2024, um revés para um negócio que apostou bilhões em produtos de inteligência artificial.
O negócio de computação em nuvem Azure registrou um ganho de receita de 31% em comparação com um ritmo de 34% no trimestre anterior, disse a empresa em um comunicado nesta quarta-feira. Os analistas haviam projetado um aumento de 32%.
Com a notícia, as ações da Microsoft caíam quase 1% no after market, depois de terem registrado queda de 1,09% no pregão em Nova York.
A Microsoft e seu grupo de grandes empresas de tecnologia estão investindo dezenas de bilhões de dólares em data centers e na infraestrutura necessária para treinar e implementar software de IA em seus diversos serviços.
Mas a DeepSeek, da China, derrubou o pensamento geral de que o desenvolvimento de modelos de IA exige o uso dos chips mais potentes e caros com o lançamento de seu modelo R1 em 20 de janeiro.
Agora, a Microsoft , e as demais empresas que investem em IA, terão que provar não apenas que seu próprio trabalho de IA está valendo a pena em termos de aumento de receita, mas também que seus pesados investimentos em infraestrutura são realmente necessários.
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As ferramentas de IA da startup chinesa parecem atender aos mesmos padrões de referência que as ferramentas lançadas pela OpenAI e por outras empresas, mas exigem muito menos recursos de computação.
Reportagens da agência Bloomberg já vinham apontando há algum tempo que muitas das empresas de tecnologia americanas eram cobradas por investidores por investir demais sem pensar em como vender produtos aos clientes.