Macaco é visto no pescoço de policial durante megaoperação no Rio de Janeiro
Cena foi clicada pelo fotógrafo Mauro Pimentel, da Agence France-Presse (AFP)
Em meio à operação mais letal da história do Rio de Janeiro, realizada nesta terça-feira (28), uma imagem chamou a atenção: um macaco usando fraldas foi visto agarrado no pescoço de um policial da Divisão de Busca e Recaptura (Recap), da Polícia Penal do estado.
Na foto, o macaquinho aparece nos ombros do agente de segurança, que está entre outros policiais altamente armados.
A imagem é do fotógrafo Mauro Pimentel, da Agence France-Presse (AFP). Não há informações sobre a origem do animal.
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Procurado pela reportagem da Folha de Pernambuco, o biólogo André Maia disse se tratar de um macaco-prego do gênero Sapajus.
“O macaco-prego é um primata diurno, arborícola e onívoro, conhecido por sua grande inteligência e habilidade manual, sendo capaz de usar ferramentas para quebrar alimentos. Ele tem pelagem com tons que variam do marrom ao bege, com a região da cabeça e extremidades mais escuras e, muitas vezes, uma crista de pelos que se assemelha a um capuz. Sua cauda não é preênsil e é mantida enrolada como um ponto de interrogação quando se move”, informou o biólogo.
Comércio ilegal
O biólogo André Maia destaca para o tráfico ilegal de macacos-prego e cita os perigos.
“Muitas vezes, os animais são criados em situação de maus-tratos e sem acompanhamento de médicos veterinários, com vida privada, já que foram retirados da natureza. Outro problema é que esses animais quando atingem 5 anos de vida chegam a sua maturação sexual sendo mais agressivos, o que pode ocasionar em mordidas violentas nos seus ‘tutores’”, apontou André Maia.
O biólogo também alerta para a possibilidade de transmissão de doenças.
“Em relação às zoonoses, destacamos a hidrofobia ou raiva, que não tem cura para nós seres humanos. Não só macacos infectados, outros mamíferos também, como é o caso de morcego, cães etc. Animais silvestres são reservatórios primários do vírus da raiva, por isso mais fácil a transmissão. Vale a pena lembrar que nós também podemos passar vírus para esse primata, como o da herpes”, informou André Maia.
Operação
A megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, realizada nesta terça (28), deixou ao menos 64 mortos, incluindo quatro policiais, e mais de 80 presos.
Integrantes do Comando Vermelho (CV) são os alvos da ação, que mobilizou 2,5 mil agentes e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).

