Militar israelense é condenado a prisão por se recusar a servir em meio à guerra em Gaza
Capitão do Exército, Ron Feiner participou de operações no Líbano e dentro de Israel, mas se negou a atender novas convocatórias por discordâncias com a ofensiva no território palestino
O capitão do Exército israelense Ron Feiner, de 26 anos, foi condenado neste domingo a 25 dias de prisão por ter se recusado a atender a uma nova convocação para servir às Forças Armadas em meio à guerra em Gaza.
O militar da reserva, que serviu por cerca de 270 dias desde o ataque terrorista do Hamas, em 7 de outubro de 2023, participando de operações de infiltração no Líbano, recusou-se a atender a uma quarta convocação para voltar ao serviço ativo por discordância com o plano do governo de intensificar as ações militares em vez de buscar um acordo.
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A informação da condenação foi confirmada pelo próprio Feiner ao Globo. Em um depoimento recente, ele explicou porque resolveu não atender ao último chamado.
— Eu não uso o termo “crime de guerra” [para me referir ao que acontece em Gaza] porque não sou advogado para definir ou reconhecer essa situação. O que eu posso dizer é que, pelo que eu sei a partir do noticiário e de amigos que retornam de Gaza, falta comida, água e suprimentos médicos por lá — disse. — A população está sendo deslocada para certas áreas. Há civis morrendo em suas casas e saindo em busca de comida. Essas são algumas das principais razões de por que eu não posso mais cooperar com essa guerra. Tudo isso é imoral e não serve ao interesse da segurança nacional de Israel.
Feiner disse não saber quando começará a cumprir sua pena. No entanto, ele afirma já saber que o seu destino será a prisão nº 10, perto da cidade de Netanya, a única prisão militar do país.

