Seg, 08 de Dezembro

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Conflito

Militares dos EUA autorizam saída voluntária de familiares de tropas no Oriente Médio

Movimento ocorre em meio a impasse nuclear com o Irã e aumento da tensão na região

Ordem partiu do secretário de Defesa, Pete HegsethOrdem partiu do secretário de Defesa, Pete Hegseth - Foto: AFP

As Forças Armadas dos Estados Unidos autorizaram a “saída voluntária” de familiares de militares destacados em diferentes locais do Oriente Médio, em meio ao aumento das tensões com o Irã, disseram duas autoridades americanas à Associated Press nesta quarta-feira.

Um dos representantes do Departamento de Defesa afirmou que a ordem partiu do secretário de Defesa, Pete Hegseth. Segundo essa fonte, os militares norte-americanos estão trabalhando em coordenação com o Departamento de Estado e aliados da região “para manter um estado constante de prontidão”.

Mais cedo, a agência americana havia indicado que o Departamento de Estado americano estava se praparando para ordenar a retirada de todo o pessoal não essencial da embaixada dos EUA em Bagdá, devido ao risco crescente de instabilidade regional. A sede diplomática na capital iraquiana já operava com quadro reduzido, e a nova ordem não deve afetar um grande número de funcionários.

No entanto, o Departamento também autorizou a saída voluntária de funcionários não essenciais e familiares das embaixadas dos EUA no Bahrein e no Kuwait, permitindo que esses decidam se desejam ou não deixar os países. Segundo outra autoridade, o Pentágono está em alerta para apoiar uma possível evacuação da embaixada dos EUA em Bagdá.

As tensões na região aumentaram nos últimos dias, com o aparente impasse nas negociações entre Estados Unidos e Irã sobre o programa nuclear iraniano, que avança rapidamente.

Enquanto isso, o Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) pode votar uma resolução para censurar o Irã. A medida pode dar início a um processo de reativação das sanções da ONU ao país, por meio de um mecanismo previsto no acordo nuclear firmado por Teerã com potências globais em 2015 — pacto que permanece parcialmente em vigor até outubro.

Em meio às notícias sobre a possível evacuação de embaixadas, a missão iraniana na ONU publicou em suas redes sociais que “ameaças de força esmagadora não mudarão os fatos”. A representação também afirmou que o Irã “não busca uma arma nuclear, e o militarismo dos EUA apenas alimenta a instabilidade”.

O ministro da Defesa do Irã, general Aziz Nasirzadeh, disse separadamente a jornalistas nesta quarta-feira que espera que as negociações com os EUA produzam resultados, mas garantiu que Teerã está pronto para reagir.

— Se o conflito nos for imposto, as baixas do inimigo certamente serão maiores que as nossas, e nesse caso os EUA terão de deixar a região, pois todas as suas bases estão ao nosso alcance —afirmou. — Temos acesso a elas e vamos atacá-las em todos os países anfitriões, sem hesitação.

Mais cedo, o centro britânico de Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido, que atua no Oriente Médio sob supervisão da Marinha Real, emitiu um alerta a embarcações na região, dizendo que estava ciente do aumento das tensões, o que “poderia levar a uma escalada da atividade militar com impacto direto sobre os marinheiros”.

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