Morre Cira do Acarajé, conhecida como rainha do quitute em Salvador
Famosa pela culinária, ela enfrentava problemas renais
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Morreu, aos 69 anos, a baiana Cira do Acarajé. Famosa pelos quitutes na cidade de salvador, ela estava internada há 18 dias na capital com problemas renais, mas não resistiu.
Cira ficou famosa na cidade pela sua história de vida e seus acarajés, fruto de uma receita da sua mãe, que somam vários prêmios ao longo de 50 anos. Em 2019 o “Acarajé da Cira” recebeu o prêmio de melhor acarajé da capital baiana, segundo o júri da Veja Comer & Beber. Esta foi a 16ª vez que a baiana recebeu o prêmio na especialidade.
Em entrevista ao G1 Baia, Cristiane de Jesus, uma das filhas de Cira, que ela já tinha realizado transplantes. "Mainha sentiu sintomas de problemas renais. Ela já tinha passado pro transplantes. Meu irmão deu um rim a ela e uns 20 anos depois ela começou a ter problemas. Ela teve Covid-19 em abril e ficou bem, não sentiu nada. Agora, veio para o hospital com esses sintomas renais e faleceu. Ainda não tenho o detalhe da causa da morte, mas a internação foi com esses sintomas", relatou ao G1.
Ela disse também que vai honrar o desejo da mãe de ser enterrada no bairro de Itapuã. "Nós moramos em Itapuã e o desejo de mainha era ser enterrada lá", ressaltou. Cira deixa cinco filhos (Jussara, Cristina, Cristiane, Carlos e Renê) e 8 netos.
Após vários anos trabalhando com os tabuleiros, atualmente, Cira tem 35 funcionárias em seus quatro quiosques espalhados por bairros da capital baiana (Piatã, Itapuã e Rio Vermelho) e um Lauro de Freitas.
Personalidades lamentam
Atavés do instagram, a Prefeitura de Salvador agradeceu o trabalho de Cira.
O prefeito de Salvador, AMC Neto, lamentou a perda e ressaltou a importância da baiana para a cultura através das suas redes sociais. "A Bahia perde um patrimônio, um ser humano querido pelos baianos e por todas as pessoas que visitaram Salvador nos últimos anos. Cira herdou uma tradição que vem de geração em geração, e soube acrescentar o seu toque especial, tornando o seu acarajé um dos preferidos da Bahia."
O presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro, lastimou a morte de Cira, chamando-a de 'ícone da gastronomia de Salvador'. "Cira é a Rainha da arte culinária da cidade, mulher de uma energia luminosa, que encantava a todos com seu talento e capacidade de trabalho. Salvador perde mais um dos seus ícones, que vai deixar saudades em todos que relaxavam ao final do dia com seus quitutes e seu sorriso", disse Fernando.

