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OPERAÇÃO TRAPICHE

Mossad: como atua a agência israelense que ajudou na prisão no Brasil de grupo ligado ao Hezbollah

Inteligência israelense colaborou na operação contra suspeitos de planejar um ataque terrorista no Brasil

Polícia FederalPolícia Federal - Foto: Carl de Souza/AFP

A operação da Polícia Federal deflagrada nessa quarta-feira (08) para "prevenir atos terroristas" no país, a Operação Trapiche, contou com a cooperação de agências de inteligência dos Estados Unidos e de Israel, conhecida internacionalmente como Mossad. Oficialmente chamado de Instituto para a Inteligência e Operações Especiais, o órgão é responsável, desde 1949, por operações secretas e de espionagem fora do país.

Entre os principais objetivos do órgão estão evitar que inimigos adquiram e desenvolvam armas não-convencionais e prevenir ataques terroristas. A organização é comandada por um diretor que responde diretamente ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

O Mossad trata-se de um dos principais braços da Comunidade de Inteligência de Israel, composta também pela Aman (Direção de Inteligência Militar, criada em 1950) e a Shin Bet (agência de inteligência mais voltada à segurança interna).

O recrutamento para a agência de inteligência é rodeado de sigilo, e inclui tanto judeus como não judeus. Além da experiência militar, o Mossad busca pessoas com habilidades especiais em eletrônica, computação, linguística.

Entre os episódios mais famosos vinculados a agentes do Mossad está a "Operação Cólera de Deus". Dois episódios do documentário "O mundo da espionagem", na Netflix, detalham a missão. Ela serviu para vingar a morte de 11 atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique.Outras operações famosas internacionalmente foram a Entebbe, em 1976, para o resgate de reféns israelenses em um avião sequestrado em Uganda; e a operação Ícaro, em 1981, para interromper o avanço do Iraque na ciência nuclear.

Em 1972, as delegações ficaram em vilas quase sem segurança, graças à crença das autoridades de que não havia riscos. Porém, os apartamentos foram atacados e 11 israelenses, sequestrados. Tudo terminou em tragédia, depois de um plano desastrado das forças alemãs, que recusaram a oferta de colaboração de Israel. Nos anos seguintes, o Mossad executou vários dos envolvidos no atentado.

Em 1965, a agência também teve destaque no noticiário policial depois que o egípcio Eli Cohen foi descoberto e morto ao se infiltrar na cúpula militar da Síria.

Outras operações famosas internacionalmente foram a Entebbe, em 1976, para o resgate de reféns israelenses em um avião sequestrado em Uganda; e a operação Ícaro, em 1981, para interromper o avanço do Iraque na ciência nuclear.

Atuação no Brasil
O gabinete do primeiro ministro de Israel Benjamin Netanyahu informou pelas redes sociais que a agência israelense Mossad contribuiu com as investigações da PF.

“As forças de segurança segurança brasileiras, juntamente com o Mossad e os seus parceiros (...) e outras agências de segurança internacionais, frustraram um ataque terrorista no Brasil, planejado pela organização terrorista Hezbollah, dirigida e financiada pelo Irã”, diz a publicação do premiê de Israel

Ainda de acordo com a publicação, "esta era uma rede extensa que operava em outros países" e os alvos eram "israelenses e judeus no Brasil".

"Tendo como pano de fundo a guerra em Gaza contra a organização terrorista Hamas, o Hezbollah e o regime iraniano continuam a operar em todo o mundo para atacar alvos israelitas, judeus e ocidentais. A Mossad está trabalhando, e continuará a trabalhar, para frustrar estes esforços sempre que necessário, através de vários métodos", escreveu o premiê de Israel.

Já o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, usou as redes sociais para ressaltar que nenhum representante de governo estrangeiro "pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal".

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