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Argentina segue sem encontrar submarino e afasta dois oficiais

Vinte e sete dias depois de perder toda a comunicação com o submarino a Marinha informou que o primeiro dos corpos sólidos detectado pelos sonares era "uma pedra"

Submarino ARA San JuanSubmarino ARA San Juan - Foto: Arquivo/Marinha da Argentina

Dois objetos no fundo do mar que poderiam ser o submarino argentino "ARA San Juan" acabaram sendo pistas falsas, segundo o último relato desta terça-feira (12), em uma tensa busca que derivou na suspensão de dois oficiais de alto escalão.

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Vinte e sete dias depois de perder toda a comunicação e os rastros do submarino com 44 tripulantes, a Armada (Marinha) informou em um comunicado que o primeiro dos corpos sólidos detectado pelos sonares era "uma pedra" a 650 metros de profundidade.

No segundo contato com o fundo do mar do Atlântico Sul, foi corroborado que "correspondia a um navio afundado", a 193 metros. A busca continua, segundo a declaração, a primeira que não foi acompanhada da habitual coletiva de imprensa do capitão Enrique Balbi, porta-voz naval.

Em um contexto de tensão, soube-se que foram afastados de seus cargos o contra-almirante Luis Enrique López Mazzeo, comandante de Treinamento da Armada, e o capitão de navio Claudio Villamide, comandante da Força de Submarinos, segundo fontes da Marinha citadas pela imprensa de Buenos Aires.

"Não é uma passagem para a reserva, foram suspensos como está estabelecido no código de disciplina das Forças Armadas. Sempre dissemos que as prioridades eram buscar o submarino e atender os familiares. Agora chegou o momento de explicar o que aconteceu", disse o ministro da Defesa, Oscar Aguad, ao jornal La Nación.

A Armada e o governo do presidente Mauricio Macri devem responder aos pedidos de relatórios solicitados pela juíza federal Marta Yañez, que investiga o ocorrido com o submarino em um caso por "averiguação de possível crime".

Apesar do rastreamento prosseguir, o esforço parece se encaminhar agora para as responsabilidades no feito. O máximo responsável é o presidente da nação por ser o comandante das Forças Armadas.

Neste âmbito, a comissão de Assuntos Exteriores da Câmara dos Deputados solicitou informações ao Ministério do Interior da Alemanha, país onde o submarino foi construído em 1983.

"Em uma carta ao ministro federal do Interior da Alemanha peço que nos informe e ajude a averiguar, em especial, se houve técnicos alemães que participaram e finalizaram a reparação de meia vida (até 2014) a fim de seguir a cadeia de responsabilidades", disse em um comunicado à imprensa a titular da comissão, Cornelia Schmidt-Liermann.

Macri e a Armada deram os tripulantes como mortos por considerar que as condições do desaparecimento eram extremas, a 450 quilômetros da costa da Patagônia (sul).

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