Paris inaugura memorial aos homossexuais deportados pelos nazistas
Monumento foi feito pelo artista Jean-Luc Verna e instalado no jardim do porto do Arsenal, próximo à Bastilha
A prefeita de Paris inaugurou neste sábado (17) um memorial para homenagear os homossexuais deportados pelos nazistas para campos de concentração e em memória das vítimas da intolerância "ao longo da história".
Leia também
• Mais de mil pessoas são evacuadas por fortes chuvas na Argentina
• Colômbia pede para entrar no banco dos Brics enquanto América Latina se afasta dos EUA
• Dia Internacional de Combate à LGBTfobia celebra os 35 anos de decisão histórica da OMS
O memorial em homenagem aos "Triângulos Rosas", o símbolo atribuído aos homossexuais pelos nazistas nos campos de concentração, foi organizado pela prefeita socialista de Paris, Anne Hidalgo, em um contexto de aumento de crimes contra pessoas LGBTQIA+ na França.
"Reconhecer é dizer 'isso aconteceu' e dizer 'não queremos que aconteça novamente'", disse Hidalgo, durante uma manifestação que coincide com o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia.
Hidalgo pediu uma luta contra o negacionismo e disse que esse trabalho assume um caráter ainda mais urgente, pois "hoje há ventos contrários poderosos e extremamente perigosos que querem negar essa diversidade".
O memorial, projetado pelo artista Jean-Luc Verna, foi instalado no jardim do porto do Arsenal, próximo à Bastilha.
"O lado escuro da estrela são os corpos queimados, é o luto, é também uma sombra que nos diz que as coisas podem acontecer novamente", explicou o artista.
“O outro lado, o espelho, é o presente, com as cores do tempo que passa e o céu de Paris que muda tão rapidamente quanto a opinião pública pode mudar”, acrescentou.
Jean-Baptiste Trieu, presidente da associação 'Les Oublié.es de la mémoire' [Os esquecidos da memória], enfatizou que é importante que esse monumento "não seja simplesmente um tributo simbólico, mas uma ferramenta de transmissão, uma forma de reconhecimento e questionamento público".
De acordo com as estimativas, entre 5 milhões e 15 milhões de pessoas foram deportadas para a Europa por serem homossexuais durante a Segunda Guerra Mundial. Na França, os números variam entre cerca de 60 e 200.

