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Roubo

Mulher que desviou R$ 200 mil do avô e culpava o presidente Lula diz que vai devolver o valor

Mulher de 35 anos é indiciada por enganar idoso de 87 anos com promessas de poupança e uso de identidade falsa como funcionária da Caixa Econômica Federal

Foto: Raphael Ribeiro/BCB

A Polícia Civil do Paraná indiciou uma mulher de 35 anos, suspeita de aplicar uma série de golpes financeiros contra o próprio avô, um idoso de 87 anos residente em Minas Gerais. Segundo as investigações, ela teria desviado aproximadamente R$ 200 mil ao longo dos últimos anos, explorando a confiança familiar e se passando por agente da Caixa Econômica Federal.

De acordo com o delegado Gabriel Munhoz, responsável pela investigação, a neta acompanhava o avô até o banco com frequência, alegando ajudá-lo com questões financeiras. Na prática, ela se aproveitava da situação para realizar transferências diretas para a própria conta bancária, incluindo parte do valor da aposentadoria do idoso.

“Na cabeça da vítima, o dinheiro estava sendo guardado. Mas, na verdade, ela praticava os desvios sistematicamente”, afirmou o delegado.

O caso chamou atenção após a descoberta de um golpe envolvendo o pagamento de um precatório ao idoso. No mesmo dia em que o valor foi depositado em sua conta, cerca de R$ 30 mil foram transferidos para a conta da investigada, além de outras quantias enviadas via Pix.

Para sustentar a fraude, a mulher utilizou uma linha telefônica paralela, com a qual se passava por funcionária da Caixa. Nas ligações, afirmava que os valores estavam seguros e sob custódia da instituição financeira. Na realidade, os recursos já haviam sido desviados por ela mesma.

Em depoimento à polícia, a neta chegou a culpar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo sumiço do dinheiro, alegando que “o governo tinha pego a quantia”, uma justificativa que foi prontamente descartada pelos investigadores como tentativa de confundir ou minimizar sua responsabilidade.

A mulher afirmou que pretende devolver os valores, mas a polícia ainda não encontrou provas de qualquer restituição. Ela deve responder por estelionato, falsidade ideológica e abuso de confiança.

O caso segue em investigação. A Polícia Civil alerta familiares e idosos para redobrar a atenção com questões financeiras, especialmente em relações que envolvam terceiros como intermediários.

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