Noboa declara estado de exceção devido aos protestos contra o fim do subsídio ao diesel no Equador
Na sexta-feira passada, Noboa eliminou o subsídio ao diesel, reduzindo o preço desse combustível de US$ 1,80 para US$ 2,80 (R$ 9,57 para R$ 14,89)
O presidente equatoriano, Daniel Noboa, declarou estado de exceção nesta terça-feira (16) em sete das 24 províncias do país onde ocorrem protestos contra a eliminação do subsídio ao diesel.
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Os ex-presidentes Lenín Moreno (2017-2021) e Guillermo Lasso (2021-2023) enfrentaram protestos violentos liderados pela maior organização indígena do país (Conaie), após tentar elevar o preço dos combustíveis.
Com o fim do subsídio, o custo do diesel passou de 1,80 para 2,80 dólares(R$ 9,57 para R$ 14,89) por galão. Os coletivos de trabalhadores e estudantes protestam porque estas medidas afetam o custo de vida no país.
Na segunda-feira, motoristas de caminhões fecharam algumas vias, que foram liberadas horas depois após a intervenção da polícia, sem que tenham sido relatados feridos ou mortos.
Nesta terça-feira, a rodovia Pan-Americana Norte, na entrada de Quito, amanheceu bloqueada com pedras e montes de terra.
Frente aos protestos, Noboa decidiu "declarar estado de exceção nas províncias de Carchi, Imbabura, Pichincha, Azuay, Bolívar, Cotopaxi e Santo Domingo, devido à grave comoção interna", de acordo com o decreto assinado nesta terça.
A medida se estenderá por 60 dias. O governo argumentou que os bloqueios "provocaram complicações na cadeia de abastecimento de alimentos" e afetam o "livre trânsito das pessoas, ocasionando a paralisação de vários setores que afetam a economia".
Noboa também decidiu suspender a liberdade de reunião nas sete províncias e autorizou as forças policiais e militares a "impedir e desarticular reuniões em espaços públicos onde sejam identificadas ameaças à segurança cidadã".
Nesta terça-feira, na cidade de Cuenca, capital de Azuay, também está prevista uma manifestação contra um projeto de mineração a cargo de uma empresa canadense.
Marlon Vargas, presidente da Conaie, exigiu em Cuenca a revogação do decreto que elimina o subsídio ao diesel devido ao fato de "prejudicar o setor empobrecido, o povo equatoriano".
A Frente Unitária de Trabalhadores (FUT) tem prevista uma marcha no dia 23 de setembro contra a eliminação do subsídio ao diesel, enquanto estudantes universitários convocaram para esta terça-feira à tarde um protesto em Quito.

