O capitão sonhou um pagode russo em Moscou
MONTANHAS DA JAQUEIRA - Saudades do americano Donald Trump! suspira o capitão. Quem está na crista da onda é o novo imperador da Rússia, Vladmir Putin. O capitão entendeu de pegar carona na popularidade do novo kaiser, o Caeser, Cesar.
Ele cantou a cantiga do rei Luís Gonzaga: “Ontem eu sonhei que estava em Moscou/ dançando pagode russo na boate Cossacou no Kremlin// com meu amigo Vladimir Putin/ Parecia até um frevo naquele cai e não cai/ parecia até um frevo naquele cai e não cai”. Comeu caviar e estrogonofe, bebeu Vodca e sonhou que era o imperador do reino tropical. “Eu sou você amanhã, Putin”, o capitão delirou, delirou, inebriado com o efeito Orloff. Acordou ao ser avisado pelo ronco das tripas que nesta Terra da Vera Cruz, a terra da verdadeira cruz, o pagode é diferente.
Putin vem da linhagem dos Césares, czares e bolcheviques, uma mistura da aristocracia dos Romanov com os filhotes do pós-comunismo soviético.
Contaminada pela doença brucelose, a mundiça do gado viajou nas fantasias como se a missão presidencial tivesse influído na solução dos conflitos da Rússia com a Ucrânia, Croácia, Urbe et Orbi. Depois veio a desculpa de que estavam apenas tirando onda para irritar os vermelhos. O vírus da brucelose produz delírios de poder.
O Brazil faz parte do grupo de cooperação internacional BRICs - Brazil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Mas, o chefe da seita do gado “não inflói nem contribói” na geopolítica do Leste da Europa. Eles se entendem ou se desentendem de potência a potência, entre a Rússia, potência militar, Estados Unidos, superpotência, Alemanha, França, China e Japão.
TRAGÉDIAS BRASILEIRAS - Do Imperador estadista Dom Pedro II no século 19 aos tempos presentes, este Brazil transitou do flagelo das secas, fome, indigência e retirantes, para o flagelo dos dilúvios, cheias, inundações, o flagelo das águas, em meio a uma urbanização caótica, favelas, lixões, falta de saneamento básico, desmatamento de florestas, poluição, corrupção - este é o legado anticivilizatório desta triste República carente de líderes e de governantes em grande dimensão.
Petrópolis, cidade criada e sonhada pelo Imperador Pedro, começou a ser destruída ao longo de décadas com as construções e ocupações caóticas nos morros, encostas, taludes. O sonho virou pesadelo. Depois da grande seca de 1877, Dom Pedro prometeu se desfazer da última joia da Coroa para que os nordestinos não morressem na seca. Era um sonho.
A transposição de bacias do Rio São Francisco nasceu na cabeça visionária de Pedro, há mais de 100 anos. Grandes obras hídricas estruturadoras - barragens, adutoras, agricultura irrigada -- praticamente redimiram o flagelo da seca e a triste sinal dos retirantes. O Japão, país sério, se reconstrói depois da Guerra e resiste a terremotos. O Brazil, País da malandragem, produz seus próprios terremotos.
*Jornalista
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