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OPINIÃO

O cristão é mais feliz - e eu posso provar

A espiritualidade cristã, quando vivida com autenticidade, parece oferecer algo que a ciência só agora começa a mensurar uma forma real de reorganização interior

Vivemos numa era de conexões instantâneas — e de angústias profundas. A cada ano, mais de 700 mil pessoas tiram a própria vida, segundo a Organização Mundial da Saúde. Depressão, ansiedade e vazio
existencial tornaram-se epidemias modernas. Em meio a tantas respostas, uma delas tem se destacado, embora nem sempre receba atenção proporcional: a fé.

A espiritualidade cristã, quando vivida com autenticidade, parece oferecer algo que a ciência só agora começa a mensurar — uma forma real de reorganização interior. Orar, meditar nas Escrituras, frequentar a igreja e cultivar um relacionamento com Deus formam uma prática que protege, fortalece e transforma.

O que diz a ciência?
Estudos analisados por Harold G. Koenig e equipe, reunidos no Handbook of Religion and Health (Oxford, 2012), mostram que 61% das pesquisas sobre espiritualidade e depressão indicam melhora nos sintomas em quem vive uma fé ativa. Quando o tema é suicídio, 85% dos estudos apontam risco reduzido entre religiosos praticantes.

Em pesquisa longitudinal publicada pelo JAMA Psychiatry (2016), a equipe de Tyler VanderWeele acompanhou quase 90 mil mulheres por 15 anos. Aquelas que frequentavam cultos semanalmente tinham risco cinco vezes menor de suicídio, mesmo após o controle de fatores como saúde prévia e estilo de vida.

O Pew Research Center reforça: pessoas com prática espiritual consistente relatam mais felicidade, satisfação e propósito. E a vivência comunitária da fé cristã surge como um elemento-chave.

O cérebro responde à fé
A neurociência também tem algo a dizer. Práticas como oração e leitura devocional ativam regiões do cérebro ligadas à regulação emocional e à empatia, e reduzem a atividade da amígdala, associada ao medo. Além disso, há queda nos níveis de cortisol, aumento de dopamina e fortalecimento das redes neurais responsáveis pela resiliência.

A fé cristã, nesse contexto, não aparece como placebo ou recurso simbólico. Ela modifica a química cerebral, influencia a percepção do sofrimento e estimula a reorganização profunda da mente.

Ecos da Escritura
Os efeitos descritos pela ciência moderna ecoam antigos textos bíblicos. “A paz de Deus guardará os vossos pensamentos” (Fp 4:7); “A alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8:10); “Em união, os irmãos encontram suavidade” (Sl 133:1). Em cada versículo, uma promessa que toca o coração — e, agora sabemos, também o sistema nervoso.

A Bíblia fala de um tipo de felicidade que não depende das circunstâncias, mas da presença. De um tipo de força que nasce da esperança. E de um tipo de cura que começa por dentro.

A força de quem sabe por que vive
Mesmo os estudos mais rigorosos têm encontrado algo curioso: após controlar todas as variáveis — renda, histórico de doenças, apoio social —, os efeitos positivos da fé cristã continuam. Há um “resíduo” que a ciência ainda não consegue explicar totalmente.

Talvez porque a fé não seja apenas um hábito. Mas um reencontro com propósito. Com direção. Com sentido.

A ciência descreve os efeitos. A fé conhece a origem. E essa origem reorganiza pensamentos, cura feridas e devolve ao ser humano a coragem de continuar.

Porque, no fim das contas, o cristão não é mais feliz porque tudo deu certo — mas porque já não caminha sozinho. E isso faz toda a diferença.

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