Dom, 07 de Dezembro

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Carnaval em Olinda: mulher diz ter sido agredida por PMs durante desfile do Homem da Meia-Noite

Nas redes sociais, a publicitária Leila Perci disse ter sido atingida por cassetete nas regiões da cabeça, costas e braço

Caso aconteceu durante o desfile do Homem da Meia-Noite, na madrugada do domingo (2)Caso aconteceu durante o desfile do Homem da Meia-Noite, na madrugada do domingo (2) - Foto: Redes Sociais/Reprodução

Uma mulher de 39 anos diz ter sido agredida por policiais militares no Carnaval em Olinda, na Região Metropolitana do Recife.

Segundo a vítima, o caso aconteceu durante o desfile do Homem da Meia-Noite, na madrugada do domingo (2).

Nas redes sociais, a publicitária Leila Perci disse ter sido atingida por cassetete nas regiões da cabeça, costas e braço.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação partilhada por Leila PerciPernambucana Nômade Digital (@noteique)

A vítima, que registrou a agressão sofrida na Delegacia do Varadouro, publicou um relato do ocorrido em suas redes sociais.

"Eu tava no bloco, do lado do cordão de isolamento, que tinha muitos policiais. No empurra empurra, eu acabei entrando no cordão de isolamento", inicia Leila.

"Me deparei com o policial já chegando de forma muito grosseira falando que eu não podia estar ali. Eu só falei: 'Amigo, ok, certo, mas não precisa falar assim'. E aí ele já foi logo me empurrando", contou a publicitária.

Na sequência, a vítima alega que um amigo chegou a intervir e a pedir ao policial para não batê-la.

"Quando ele fez isso, o cara [policial] bateu nele e mais dois se juntaram também a ele e começaram a bater com cacetete. Quando eu olhei para o lado, meu amigo estava todo encolhido, apanhando. A única coisa que eu consegui fazer de forma instintiva, foi virar para ele e dizer: 'Não faz isso'. E aí ele virou e me bateu", afirmou Leila.

A vítima, que foi socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Olinda, mostrou os machucados, incluindo um na testa, onde precisou levar, segundo ela, três pontos.

"O Carnaval deveria ser um momento de alegria, mas, para mim, se tornou uma experiência dolorosa e de violência", destacou Leila.

O que diz a Prefeitura de Olinda
A Prefeitura de Olinda informou, por meio de nota, que prestou os primeiros socorros à vítima e, além dos cuidados médicos, ofereceu suporte psicológico por meio da ação de enfrentamento à violência contra a mulher, realizada pela Secretaria Especial da Mulher de Olinda.

"No dia seguinte, a vítima foi atendida por uma psicóloga da ONG Livre Assédio, que atuou em parceria com a prefeitura durante o Carnaval 2025, no posto montado pelo Centro Especializado de Atendimento à Mulher, na Praça do Carmo. Para dar continuidade ao acompanhamento psicológico, ela foi orientada a buscar o Centro de Referência de Recife, por ser residente desse município", diz o comunicado.

O que diz a polícia
Por meio de nota, a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) afirma que um Boletim de Ocorrência foi registrado contra o efetivo escalado em um bloco do Sítio Histórico de Olinda.

A corporação, que não detalhou a ocorrência, destacou que "não compactua com situações que envolvem agressões físicas e reafirma seu compromisso com a segurança e o bem-estar da sociedade pernambucana".

A PM disse, também, que a Secretaria de Defesa Social (SDS) dispõe de dois canais para registro de reclamações ou denúncias contra policiais: a Corregedoria, pelo telefone (81) 3184.2772, e a Ouvidoria da SDS, pelo 181 ou 0800-081-5001.

Confira nota da PM na íntegra:
"Um Boletim de Ocorrência foi registrado contra o efetivo escalado, num bloco do Sítio Histórico de Olinda, na noite do último sábado (1). Sobre agressões a foliões, a Polícia Militar de Pernambuco não compactua com situações que envolvem agressões físicas e reafirma seu compromisso com a segurança e o bem-estar da sociedade pernambucana.

Importante esclarecer que todo efetivo empregado no policiamento ostensivo no período de carnaval é orientado a trabalhar dentro da legalidade, respeitando o cidadão, de forma a garantir a segurança de quem estiver nos polos de animação.

DENÚNCIAS - A Secretaria de Defesa Social (SDS) dispõe de dois canais principais para registro de reclamações ou denúncias contra policiais. A Corregedoria e a Ouvidoria da SDS. Ambos são acessíveis e funcionam para garantir que denúncias sejam analisadas e apuradas de forma adequada.

A Corregedoria oferece atendimento 24 horas, todos os dias, inclusive neste período de Carnaval. Os cidadãos podem entrar em contato pelo telefone (81) 3184.2772, e-mail [email protected], ou presencialmente na Avenida Conde da Boa Vista, nº 428, em Recife.

Já a Ouvidoria da SDS atende pelo telefone 181 ou 0800-081-5001, com ligação gratuita, de segunda a sábado, das 7h às 19h. As denúncias também podem ser feitas pelo e-mail [email protected], presencialmente na Rua São Geraldo, nº 110, de segunda a sexta, das 8h às 17h, ou pelo portal online no endereço www.portaisgoverno.pe.gov.br/web/ouvidoria/fale-conosco".

Investigação
A Polícia Civil de Pernambuco informou, por meio de nota, que foi instaurada uma Investigação Preliminar para verificar os fatos noticiados no Boletim de Ocorrência. Confira a nota da PCPE na íntegra: 

"A Corregedoria Geral da SDS instaurou uma Investigação Preliminar (IP) para verificar se, de fato, há o envolvimento de algum servidor de operativas da SDS e acompanhar os fatos noticiados no Boletim de Ocorrência, registrado após o desfile do Bloco do Homem da Meia Noite, na madrugada do sábado (1º). A ocorrência foi registrada, contra o efetivo escalado, e a Delegacia do Varadouro está conduzindo as investigações com diligências sendo realizadas.

Sobre agressões a foliões, a Polícia Militar de Pernambuco não compactua com situações que envolvem agressões físicas e reafirma seu compromisso com a segurança e o bem-estar da sociedade pernambucana. Destaca-se, ainda, que todo efetivo empregado pela PMPE no policiamento ostensivo no período de Carnaval é orientado a trabalhar dentro da legalidade, respeitando o cidadão, de forma a garantir a segurança de quem estiver nos polos de animação.

Importante esclarecer que o bloco carnavalesco contava com o policiamento ostensivo da Polícia Militar, além de integrantes de outras forças de segurança e com seguranças particulares. Só após a conclusão das investigações, será possível entender o que ocorreu"

 

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