Sex, 05 de Dezembro

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OMS adiciona nova geração de remédios para obesidade à lista de medicamentos essenciais

Segundo dados da organização, mais de 3,7 milhões de pessoas morreram em 2021 por doenças relacionadas ao sobrepeso ou obesidade

Organização Mundial da SaúdeOrganização Mundial da Saúde - Foto: AFP

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou pela primeira vez, nesta sexta-feira (5), a nova geração de tratamentos contra diabetes e obesidade, e fez um chamado à oferta de versões genéricas, mais baratas, para populações de países em desenvolvimento.

A OMS adicionou a semaglutida – princípio ativo do Ozempic e Wegovy, da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk –, o dulaglutida e a liraglutida, além da tirzepatida à sua lista de medicamentos essenciais, atualizada a cada dois anos, segundo um comunicado.

Segundo dados da organização, mais de 3,7 milhões de pessoas morreram em 2021 por doenças relacionadas ao sobrepeso ou obesidade, e o número é maior do que a soma de vítimas das principais infecções mortais — malária, tuberculose e HIV.

Os novos tratamentos contra diabetes e obesidade potencializam a ação de um hormônio que atua na secreção de insulina (GLP-1) e, de forma mais ampla, na sensação de saciedade.

Inicialmente desenvolvidos contra a diabetes, mostraram resultados notáveis para auxiliar na perda de peso e são celebrados por especialistas como um avanço significativo, embora com limitações.

Seus preços muito elevados, que nos Estados Unidos podem superar os mil dólares por mês (5.369 reais), "limitam o acesso a esses medicamentos", observa a OMS, que teme que os países mais desfavorecidos sejam excluídos.

Para garantir o acesso a esses injetáveis que "salvam vidas", a agência pede "incentivo à concorrência de medicamentos genéricos para reduzir os preços".

Segundo Andrew Hill, pesquisador da Universidade de Liverpool, estudos mostram que a semaglutida genérica poderia ser produzida em larga escala na Índia por apenas 4 dólares por mês (21 reais).

A patente da semaglutida expira em 2026 em alguns países, como Canadá, Índia e China, o que poderia favorecer a produção de genéricos.

Além da diabetes e obesidade, esses medicamentos podem ser benéficos no tratamento de outras patologias.

Segundo um estudo publicado esta semana na revista JAMA, cardíacos sob estes tratamentos apresentavam um risco 40% menor de serem hospitalizados ou morrerem prematuramente.

Mais de um bilhão de pessoas no mundo sofrem de obesidade, e mais de 800 milhões sofriam de diabetes em 2022, destacou a OMS.

A organização também adicionou uma série de remédios contra o câncer à sua lista de medicamentos essenciais.

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