Sex, 26 de Dezembro

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opinião

A desequilibrada relação custo-benefício global

Seja entre pessoas ou países, o desequilíbrio na relação custo-benefício pode botar a perder a saudável interação particular ou coletiva, a exemplo do que temos assistido com a isolada pretensão de ser “great again” sozinho, isolado do resto do mundo, que iludidos esperavam pelo menos reciprocidade no cumprimento civilizado da mão estendida, ao invés da ameaça de um tapa, ou “porrada” como bola de golfe a caminho do buraco para enfeitar melhor o grotesco tratamento. 

Com efeito, ninguém é ou voltará a ser “great”, com o sacrifício dos outros, parceiros do mesmo planeta, na ordem política, econômica e social global, naturalmente respeitando as diferenças entre pessoas e países, só ficamos ou ficaremos de joelhos ao verdadeiro “great” nosso Deus maior, Senhor de tudo e de todos, para pedir paz e tão somente a paz, principio, meio e fim ao convívio entre humanos. 

O desarranjo que se observa, fruto da tentativa de imposição da vontade dos mais fortes aos mais fracos, desconsiderando aspectos legais, institucionais, democráticos e outros, componentes das regras globais, além de descabidas e altamente perigosas nos seus efeitos imediatos ou de médio e longo prazos, a demolição é hoje e agora, mas a reconstrução pode demorar ou até não voltar a acontecer, destruindo inclusive a expectativa do “great again”.

Mais uma vez, não custa lembrar ou relembrar o que aconteceu quando da tentativa levada a efeito pela Alemanha nazista, que pretendeu em nome do delírio do III Reich ditar as regras de vassalagem comportamental ao resto do mundo, deu no que deu, observando que a revisão da desastrada e mortal iniciativa, levou a mesma Alemanha anos depois da lição, tendo provocado a morte de mais de setenta milhões de pessoas, dentre eles seis milhões de judeus, evoluir ancorada desta feita em modelo de paz e civilidade, em, harmonia com seus congêneres planetários, sucesso em todos os aspectos, principalmente de caráter humanitário, se tornando exemplo do bem para a comunidade universal. 

Quanto está custando ao mundo o desequilíbrio na relação custo-benefício, provocada pelo líder americano, espalhando medo e confusão, contaminando os oportunistas de plantão, inclusive aqui no nosso terreiro, reeditando episódios de desprezo ao Estado Democrático de Direito, norteando a arruaça no Congresso, de lá e de cá, que em muito se assemelha com o ocorrido no 8 de janeiro, emblemática tentativa de golpe, que deixou indeléveis cicatrizes para sempre no atordoado Brasil, que continua sob alto risco de que episódios do gênero se repitam, enquanto não forem tomadas medidas neutralizadoras mais fortes com respaldo internacional. 

Na beira do abismo, parece que os sequestradores de nossa soberania aguardam apenas a rendição, e não vão parar a equivocada iniciativa que estão levando adiante, valendo o alerta de que não estamos sozinhos, graças ao multilateralismo democrático que pontifica pelos atingidos ao redor do planeta, com um detalhe, de que na pior das hipóteses teríamos que suportar a chantagem imposta pelos pretensos donos do mundo até 2028.

Não podemos deixar de registrar, que assistimos estarrecidos o comportamento delinquente de parte dos nossos representantes no Parlamento, no que mais parecia um espetáculo circense de humor negro, protagonizado por turba ridícula e fanatizada.

Finalmente no elenco de barbaridades nesse inesquecível ano de 2025, o mundo assiste perplexo o genocídio israelense em Gaza, confrontando de um lado o “Estado Netanyahu” e seus “greats” apoiadores, e do outro lado o resto do mundo, que aguarda solução civilizada e humanitária para esse e outros conflitos no leste europeu (Ucrânia x Rússia), na África, no Oriente Médio, na Ásia, inclusive no Brasil que sofre com o ataque frontal à sua soberania, vítima de traição com o inimaginável concurso de parlamentares brasileiros.
 



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