Seg, 08 de Dezembro

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opinião

A importância da rede de apoio para as tentantes, mulheres que tentam ser mães  

Muitas mulheres sonham em ser mães, mas o caminho pode ser bastante desafiador para várias delas. Nesse processo de tentar engravidar, é fundamental que as “tentantes”, como são chamadas as mulheres que tentam ser mães, tenham rede de apoio para que a jornada seja menos solitária e mais leve. Com a chegada do Dia das Mães, então, é normal que essas mulheres, principalmente as que tentam há vários anos, fiquem mais emotivas e fragilizadas. Porém, há vários caminhos possíveis para que o sonho da maternidade seja realizado.  

O primeiro passo é traçar um planejamento de gravidez, de acordo com a idade e planos de cada mulher. Mas como fica o emocional dessas mulheres que vêm tentando engravidar?  Para ajudar nesse processo, é muito importante ter uma rede de apoio, pois a infertilidade ainda é uma doença muito solitária. Sim, a infertilidade é considerada uma patologia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras entidades médicas. Segundo a OMS, um a cada seis casais enfrentam a infertilidade. Trata-se da doença crônica mais prevalente em casais de idade fértil.

Nessa jornada, muitas vezes a mulher sofre sozinha e leva um sofrimento emocional muito maior porque ela não consegue falar, se expressar. Começar a se comunicar, falar a respeito desse assunto vai tendo conhecimento, se munindo de informações, que é importante, como pode dividir histórias, experiências e tornar o tratamento mais leve. Recentemente, a atriz Mariana Rios fez um lindo depoimento nas redes sociais sobre o seu tratamento. Um dos momentos muito bonitos que achei foi como ela tá conseguindo voltar agora o que ela era. É sobre a mulher se perdoar, ser gentil consiga mesma, aceitar e conseguir se reconectar durante o tratamento no seu momento mais pra baixo e difícil do tratamento.

A tentante é uma pessoa que ainda não é visualizada como mãe, embora o desejo seja inestimável. A gente dá presente para avós, tias, madrinhas... abre-se tanto o leque para a maternidade, mas a tentante não tem lugar. Então, é um processo solitário, ela não é enxergada. Dessa forma, lembrar no Dia das Mães daquelas que ainda não são mães, mas o desejo mais sincero e profundo delas é um dia conseguir ser, é uma forma de acolhimento e empatia.  

Para essa paciente que está num processo mais longo, a gente tenta esperançar, não desistir, após um ou dois tratamentos. Se possível e desejável for, é continuar no processo. Claro, a não ser que haja algum fator, como idade da mulher. Uma paciente com 45 anos que a gente já sabe que a taxa é menos de 3% de gravidez, muitas vezes informamos que a chance de gravidez só será possível através de óvulos doados. Paciente jovens com 35, 36, 37 anos, é realizar ciclos subsequentes. O principal é acreditar, manter a fé, conseguir superar as falhas, os processos e continuar com os tratamentos subsequentes.

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