Seg, 08 de Dezembro

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opinião

Garantir direitos e inclusão das pessoas com autismo é dever de todos

Toda mulher, ao gerar uma vida, sonha. Sonha com os primeiros passos, as primeiras palavras, com cada descoberta que marca a infância. Esses sonhos se estendem ao futuro: o início da vida escolar, os primeiros amigos, a independência. As mães atípicas também sonham. Mas, muitas vezes, precisam recalcular rotas, aprender novas linguagens e enfrentar desafios, especialmente diante de uma sociedade que ainda não está preparada para conviver com as diferenças e acolher pessoas neurodivergentes.
Neste mês dedicado à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), é fundamental reforçarmos que, antes de tudo, estamos falando sobre amor, dignidade e inclusão.

Compreender o autismo é reconhecer que cada pessoa no espectro carrega singularidades — de percepção, sensibilidade e potencial. No entanto, também é preciso admitir que essas pessoas ainda enfrentam barreiras e preconceitos. Por isso, a atuação do poder público, aliada ao engajamento da sociedade, é essencial para garantir os direitos e a plena cidadania das pessoas com TEA.

Depois de acompanhar de perto a luta de tantas mães atípicas, e de ouvir sobre seus sonhos e angústias, apresentei, no exercício do meu mandato, o 
Projeto de Lei nº 442/2023, que torna permanente o laudo médico pericial que atesta deficiências ou transtornos físicos, mentais ou intelectuais de caráter irreversível, como o autismo. Sabemos que o tratamento dessas condições exige assistência multidisciplinar contínua, e que, embora as intervenções melhorem significativamente a qualidade de vida, o diagnóstico permanece irreversível.

Também propus o Projeto de Lei nº 4848/2023, que garante tempo adicional para a realização de provas em concursos, exames e processos seletivos a pessoas com TEA — uma medida que visa remover barreiras e garantir igualdade de condições.

Sabemos que o caminho é longo. Mas também sabemos que cada gesto, cada política e cada nova consciência conta para que as diferenças sejam respeitadas e que pessoas autistas se sintam verdadeiramente incluídas — nas escolas, nas atividades culturais, nos espaços públicos e em todos os aspectos da vida em sociedade.

Do diagnóstico precoce à inclusão plena, não estamos tratando de um futuro distante — mas de uma urgência presente. E é com esse compromisso que seguimos firmes, lado a lado, construindo uma sociedade mais justa, acessível e humana para todos.


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