IA não é mais privilégio das big techs e vira realidade em empresas de todos os portes
A inteligência artificial (IA) tem se tornado cada vez mais importante e prática. A tecnologia tem impulsionado a robótica, tornando-a mais acessível e inteligente. Também tem ajudado o poder computacional a dar grandes saltos, com chips avançados e computação quântica. Além disso, a IA tem criado uma nova forma de pensar e executar infraestruturas tecnológicas. Tudo isso resulta na democratização da IA e na construção de um novo ambiente de competição, já que seu uso não é mais exclusivo de empresas gigantes.
Segundo um estudo do Serasa Experian, 47% das Pequenas e Médias Empresas (PMEs) no Brasil já usam ou planejam adotar a IA em suas operações. De acordo com a pesquisa "IA em micro, pequenas e médias empresas: tendências, desafios e oportunidades" da Microsoft, 77% dos tomadores de decisão acreditam que a tecnologia agiliza os processos, e 75% das organizações entrevistadas estão otimistas sobre o impacto da IA em seu trabalho.
A tecnologia, portanto, deixou de ser uma promessa e virou uma ferramenta corporativa. Até pouco tempo atrás, ela parecia distante, complexa e cara. Agora, no entanto, está mais acessível e é amplamente utilizada por companhias de todos os tipos e tamanhos. Isso se deve muito ao avanço dos modelos generativos, que causou a popularização das interfaces conversacionais e o acesso a APIs inteligentes, fazendo com que a IA se tornasse aplicável por qualquer empresa, em qualquer setor.
Como resultado dessa evolução, estamos vendo negócios pequenos escalarem de forma impensável graças a essa tecnologia. Um exemplo interessante é a Lovable, uma startup americana que usou a IA para automatizar o desenvolvimento de software. A empresa saiu do zero para $43 milhões em faturamento anual com menos de 20 pessoas na equipe. É o novo "Davi vs. Golias", mas, nesse caso, o Davi está usando a IA de forma estratégica.
Nesse contexto, é importante ressaltar que a IA não está transformando apenas o mercado de tecnologia. Na verdade, ela está afetando diversos segmentos, impactando como lidamos com atendimento, planejamento, marketing, finanças, RH e gestão como um todo.
Porém, não basta adotar a tecnologia de forma genérica esperando resultados extraordinários. O verdadeiro impacto vem quando a inteligência artificial é alimentada com dados do contexto específico, da operação e dos clientes de um negócio. Ou seja, é preciso implementar a IA que de fato faz sentido para cada empresa. Essa estratégia vai garantir que a tecnologia gere previsões precisas, automatize decisões do dia a dia e sugira caminhos que antes dependeriam de longas análises humanas.
Estamos presenciando uma descentralização do poder tecnológico. Agora, a inteligência artificial está ao alcance de pequenas e médias empresas que sabem onde querem chegar e enxergam na tecnologia uma aliada estratégica. Portanto, não se trata mais de "se" as empresas vão usar a IA, mas de como vão aproveitar o seu potencial para transformar os negócios.
___
Os artigos publicados nesta seção não refletem necessariamente a opinião do jornal. Os textos para este espaço devem ser enviados para o e-mail [email protected] e passam por uma curadoria antes da aprovação para publicação.
