O pré-candidato
Na frustrada tentativa de evitar o tema da precoce e fratricida demanda eleitoral, motivo de inquietação nacional, colecionando manifestações internas e externas de “gregos e troianos”, “nós e eles”, e outros apelidos à população do desnorteado Brasil, resignado, vamos tentar, sem a necessidade de dar nomes e sobrenomes aos candidatos, preferimos tecer despretensiosos comentários sobre o perfil recomendável aos que sonham ocupar o trono da “Pindorama tropical”, denominação da nossa terra antes da chegada dos colonos portugueses.
Nos utópicos pré-requisitos como perfil do candidato ideal, em primeiro lugar, que seja minimamente parecido com o que podemos chamar de “público alvo”, em credo e cor, em “sentimento coletivo”, em virtudes e até em defeitos a corrigir, que seja democrático mesmo que não saiba decifrar direito o que venha a ser isso, minimamente alfabetizado no ler e escrever, de perfil humanitário no tratar ricos e pobres, despojado de arrogância, tolerante no exercício do contraditório, se possível com noção elementar de mundo, colecionador de sonhos e exemplos internos e externos, de modelos e regras do bom viver em sociedade, acirrado defensor do nosso patrimônio cultural e natural, incluindo os bens da fauna e flora com os quais fomos contemplados pela natureza, respeito e proteção extrema com os povos originários, os verdadeiros brasileiros, invadidos, torturados e escravizados.
Tirando partido da oportunidade que se apresenta com a “COP 30”, é importante tecer comentários saudáveis e civilizados de apoio a iniciativa, filtrando nossas carências, na prática à proteção coletiva as mazelas e desastres consequentes, resultado de séculos de indiferença criminosa as evidências técnicas e cientificas de alerta ao que já chegou ou que está a caminho.
Manifestações públicas, só se forem aquelas que tenham o propósito de unir e não de dividir com ódio e rancor os diferentes, prática essa que consagramos no país do carnaval, do futebol, com a ressalva de que seja o do espírito esportivo do Guga, do Medina, do exemplar e saudoso Pelé, citado noutro dia até pelo autodenominado “dono do mundo”, da Marta, da ginasta Rebeca Andrade, dos nossos autores e atores, das Fernandas Montenegros, mãe e filha, dos Gils, pai e filha, e tantos outros motivos de orgulho nacional.
O pré-candidato tem que ter capacidade de criticar, mas principalmente de se autocriticar, para corrigir sentimentos e comportamentos distorcidos da realidade, que seja sempre amigo e protetor do Brasil e dos brasileiros, mais do que do cargo de gestor que lhe será confiado.
O pré-candidato só passa na pré-seleção se perceber que o seu patrão é um só o Brasil, e tão somente o Brasil, a quem devemos respeito e proteção.
Aludindo a expressão do saudoso Papa Francisco, de que “o Papa é argentino, mas Deus é brasileiro”, desta feita o Papa é americano, mas Deus continua brasileiro a nos proteger das agressões internas e externas dos patriotas de si próprios, entenderam?
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