Seg, 22 de Dezembro

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Proteção de dados vira prioridade para empresas com avanço da IA

O investimento em segurança digital deixou de ser uma escolha estratégica para se tornar uma exigência fundamental no setor corporativo. Em meio ao crescimento acelerado da adoção de ambientes híbridos e multicloud, as empresas brasileiras intensificam seus esforços para proteger dados e garantir a continuidade das operações.

Segundo dados divulgados pela Fortinet em parceria com a Cybersecurity Insiders, 61% das companhias brasileiras pretendem ampliar seus investimentos em segurança na nuvem nos próximos meses. A pesquisa aponta que 96% das organizações relataram estar moderadamente ou extremamente preocupadas com os riscos envolvidos — uma preocupação impulsionada pelo avanço das ameaças cibernéticas, em especial aquelas que utilizam inteligência artificial para invadir ou explorar falhas nos sistemas.

Outro levantamento recente, o CIO 2025 Outlook, realizado pela Experis, mostra que 77% dos líderes de TI no Brasil estão ampliando os investimentos em segurança, com 68% das empresas expandindo sua infraestrutura em nuvem e 67% acelerando iniciativas com inteligência artificial — tecnologia que, embora ofereça ganhos operacionais, também amplia os riscos cibernéticos e exige respostas mais sofisticadas.

No contexto global, o movimento é semelhante. Segundo o Cloud Security Study 2025, realizado pela Thales em parceria com a S&P Global Market Intelligence, 64% das empresas no mundo colocaram a segurança na nuvem entre suas cinco maiores prioridades de investimento neste ano. O relatório também mostra que a segurança para ambientes de inteligência artificial tem ganhado destaque, mas a proteção da nuvem segue no centro das decisões estratégicas.

Entre os principais fatores que motivam o aumento nos orçamentos destinados à segurança estão a proteção de informações confidenciais, a adequação às regulamentações de privacidade e governança de dados e o combate a ameaças mais avançadas e automatizadas, muitas baseadas em inteligência artificial. A rápida digitalização e a fragmentação dos sistemas — com múltiplos provedores de serviços em nuvem e integrações diversas — ampliam a superfície de ataque e dificultam o controle centralizado, exigindo soluções de segurança mais integradas e adaptativas.

Esse contexto revela um amadurecimento do mercado. Se antes a segurança era tratada de forma reativa, agora começa a ser incorporada desde o planejamento das infraestruturas tecnológicas. Estratégias como criptografia de dados em repouso e em trânsito, autenticação multifator, segmentação de rede e ferramentas de detecção comportamental estão se tornando cada vez mais comuns.

A segurança na nuvem também passou a ocupar lugar central na relação com clientes, investidores e reguladores. A confiança no tratamento e na proteção dos dados é, hoje, um diferencial competitivo e um pilar de sustentabilidade para qualquer organização conectada à economia digital. O crescimento de legislações como a LGPD e a exigência por maior transparência na coleta e uso de informações ampliam ainda mais essa responsabilidade.

Seja pela complexidade dos ambientes digitais, pelo avanço da inteligência artificial ou pela pressão regulatória, é evidente que proteger os ativos digitais deixou de ser uma opção. A segurança na nuvem não é apenas uma resposta ao risco: é uma condição essencial para inovação, reputação e continuidade de negócios em um cenário de ameaças em constante evolução.
 


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