Os patinhos liberais e o Mensalão do Tio Patinhas
Dedico este artigo ao meu colega William Shakespeare, que proclamou, monocraticamente: Há algo de podre no reino de Pindorama
MONTANHAS DA JAQUEIRA - Alô-som, alô som! Sorteada a senha 22, nova dezena da seita do gado. São os novos Bovinos Sapiens. Tempos passados, havia o refrão: 22, são dois patinhos na lagoa. Mas, no meio do caminho havia um Mensalão. Um pato graúdo, o dono do poleiro, sonhava em ser o Tio Patinhas para nadar em piscinas de dinheiro. A moeda número 1 do Mensalão era cobiçada pelas camarilhas vermelhas, infravermelhas e ultravermelhas, feito os metralhas.
O patão e as camarilhas meteram a mão na botija. Aconteceu de um Roberto Dinamite, por ciúme, maldade ou desfeita, botar a boca no trombone. Assim foi abortada a comilança. O pato graúdo e os caboclos mamadores perderam a virgindade. A inocência entrou por uma perna de pinto e saiu por uma perna de pato. Ainda hoje existem cacos de virgindade nos poleiros dos patos e nos esconderijos dos caboclos mamadores.
O Mensalão era o ovo da serpente do Petrolão. Tio Patinhas era dono da Petrobras.
Nos tempos da inocência, a patota liberal sonhava com o Palácio do Planalto. Ou fazia de conta que sonhava. Um paulistão chamado Guilherme Afif Domingos, liberal da gema do ovário dos libaneses, lançou o slogan “Juntos chegaremos lá”, na sucessão presidencial de 1989. Seria ele um candidato olímpico, apenas para competir não para vencer. Naufragou com 3,2 milhõezinhos de votos, nada mal para divulgar o nome nas televisões nacionais.
Os liberais possuem um coração do tamanho de um bonde. Por isso adotam fidelidades múltiplas. Já estiveram nos braços da mulher que estocava ventos e beijaram as barbas do bode rouco. Nos tempos presentes esqueceram o papo dos dois patinhos na lagoa. Agora dedicam amor febril aos Bovinos Sapiens da seita do gado.
Todos nós estamos lembrados do bordão “Meu nome é Enéas”, dito em 3 ou 4 segundos na campanha eleitoral de 1989. Aquele foi um ponto fora da curva na história da propaganda política neste País. Em 2006 o Partido de Reedificação da Ordem Nacional (Prona) do doutor Enéas foi engolido pelos liberais. Feito cobra, a sigla mudou de couro, passou a ser chamada Partido da República, mas o veneno continuou o mesmo. Em 2019 voltou a ser chamado novamente de PL.
Saudades das barbas inteligentes e eruditas do Dr. Enéas! Diziam que o cara era pirado. Doidos são os devotos do bode rouco, os que se deixam seduzir pelo berrante do tangedor de gado e os que acreditam na inocência dos mensaleiros do centrão.
*Jornalista
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