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RIO DE JANEIRO

Padrasto que agrediu menino de 4 anos é preso pela PM e encaminhado a delegacia

Victor Possobom foi flagrado por câmeras de segurança do prédio onde morava agredindo o menino de apenas quatro anos

Victor Possobom é flagrado agredindo enteado de quatro anos. No vídeo é possível ver a data e a hora da agressão: 22 de fevereiro de 2022 às 14h36.Victor Possobom é flagrado agredindo enteado de quatro anos. No vídeo é possível ver a data e a hora da agressão: 22 de fevereiro de 2022 às 14h36. - Foto: Reprodução / Redes Sociais

Victor Arthur Possobom, filmado batendo e sufocando o enteado de 4 anos de idade, foi preso na noite desta sexta-feira (16). O rapaz teve a prisão feita por oficias da 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar de Niterói e foi levado por um coronel da PM a 77ª DP (Icaraí) e depois foi encaminhado para a 76ª DP no centro de Niterói, na região metropolitana.

A juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, da 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, havia decretado a prisão preventiva de Victor pelos crimes de agressão e tortura contra o enteado. Ele foi flagrado por câmeras de segurança de um prédio, em Niterói, agredindo a criança. O pedido partiu da 2ª promotoria de justiça de investigação penal territorial do núcleo de Niterói.

De acordo com MPRJ, a apuração dos fatos revelou ainda que moradores e vizinhos reclamavam que frequentemente o denunciado gritava com o menor, tendo, em diversas ocasiões, escutado a vítima aos berros, pelas violências sofridas. Victor Possobom deve responder, segundo o MPRJ, pelo crime de tortura. O pedido de preventiva se justifica pela gravidade dos fatos flagrados pelas câmeras e para garantir a segurança da vítima, de sua mãe e das testemunhas.
 

Mais cedo a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), de Niterói, também havia pedido a prisão preventiva Victor Possobom. Desta vez, a representação foi por violência psicológica contra a ex-companheira, a chef de cozinha Jéssica Jordão Carvalho, de 30 anos, mãe do menino agredido. O primeiro pedido de prisão foi feito ontem (15), pelo delegado Claudio Otero Ascoli, titular da 77ª DP (Icaraí), em razão das agressões sofridas pelo enteado.

Victor Possobom tem passagens pela polícia por violência doméstica, lesão corporal, lesão corporal culposa, injúria e ameaça. A mãe dele foi uma das vítimas das agressões. Em 2013, ela chamou a Polícia Militar após ser espancada por ele. Possobom chegou a ser preso, mas foi liberado. Uma ex-esposa do lutador de boxe também teria sido agredida quando ele tentou visitar o filho. Ontem, o delegado Claudio Ascoli pediu a prisão de Victor Arthur em razão das agressões sofridas pelo menino. O suspeito está sendo procurado pela polícia.

Existem também outras acusações contra o homem em algumas delegacias do Rio e também na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Niterói. Entre os crimes estão: lesão corporal, lesão corporal culposa, injúria e ameaça. O último registro datado contra Possobom é de julho de 2022, pelo crime de violência psicológica contra a agora ex-mulher.

Em 2015, uma ex-companheira de Possobom disse que ele foi até sua casa, no Largo da Batalha, exigindo ver o filho dele. Sem conseguir encontrá-lo, começou a ofender a mãe da criança. Ao tentar entrar na casa, empurrou o portão, que atingiu a vítima.

Dois anos depois, já em 2017, uma testemunha relatou que viu Possobom agredindo a namorada com um tapa, e que a vítima estava com a testa vermelha e o rosto sangrando. A testemunha contou que a vítima caiu no chão, e que em seguida Victor a levantou e balançou pelos braços.

O advogado de defesa de Victor, Daniel Aguiar, alega que seu cliente sofre de transtornos mentais e justifica as agressões com a condição psíquica do acusado. Veja a íntegra da nota de defesa.

“Inicialmente quero registrar que em razão da opinião pública, cumpro o dever de levar a público que o Advogado Criminalista não defende o crime, mas o cidadão que está sendo acusado de um crime, para que tenha uma sentença justa conforme prefeitura a Lei. Esse esclarecimento inicial é de fundamental importância, pois traz em si, a essência do que preceitua a Constituição Federal em seu ar 5. Inciso LV relativamente a ampla defesa. Passando a questão da filmagem, tenho a esclarecer que meu cliente sofre de transtornos psiquiátricos, e vem sendo submetido a tratamento nesse sentido. Ele tem transtorno comportamental com alternância de momentos de euforia e comportamentos impulsivos", diz a nota, que continua:

"Ele faz uso de medicamentos de controle especial e exatamente no dia dos fatos, em razão de Sra. Jéssica (mãe da criança) ter tido, também um ‘surto’ dizendo que iria tirar a própria vida, deixou-o em um estado de completa tensão emocional. Esclareço que a Sra. Jéssica, ao contrário, muito ao contrário do que vem alegando em público, ela não sofreu agressão por parte do Victor Arthur, deixou propositalmente de informar na mídia, que é traficante de drogas, responde a processos criminais, inclusive, no Estado de São Paulo, estava com tornozeleira e arbitrariamente se desfez da mesma. Por isso, reitero que o episódio por ele descrito de que teria feito um aborto em razão de agressão do meu cliente, jamais isso ocorreu e em razão disso, ela deverá fazer prova nesse sentido. Já estou procedendo a de defesa do meu cliente, repito, em fiel obediência ao direito da ampla defesa. Isso é o que me cumpria esclarecer. Em anexo, envio provas documentais tanto do tratamento do Victor Arthur, quanto dos processos que a Sra. Jéssica responde.”

Confira a nota da PM sobre a prisão

"Nesta sexta-feira (16/09), a Corregedoria Geral da Polícia Militar foi acionada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro para verificar possível paradeiro do criminoso com mandado de prisão em aberto por agressões cometidas contra uma criança no município de Niterói.

Policiais militares da 4ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) foram ao primeiro endereço indicado e não localizaram o homem. Após diligências em outros locais apontados, ele foi encontrado em Icaraí e preso pelas equipes da Polícia Militar."

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