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Palácio de Noronha é requalificado e reabre as portas

Prestes a completar 70 anos de existência, patrimônio histórico do arquipélago será reinaugurado

Palácio de São Miguel, sede administrativa de NoronhaPalácio de São Miguel, sede administrativa de Noronha - Foto: Eloíde Araújo / cortesia

Um dos patrimônios históricos do arquipélago de Fernando de Noronha completará, nos próximos dias, 70 anos de existência. Para comemorar, o Palácio de São Miguel, sede administrativa da ilha, será reinaugurado com um novo conceito. Localizado no centro da praça de armas da Vila dos Remédios, o prédio de 550 metros quadrados, além de reformado, foi requalificado para que suas dependências se adequassem à demanda de visitação.

“Estamos fazendo essa requalificação, principalmente com pintura interna e externa. Ela foi motivada principalmente em função das fortes chuvas que caíram no ano passado em Fernando de Noronha”, contou o administrador da ilha, Luís Eduardo Antunes. Ainda segundo ele, o forro do edifício, de lambri (um tipo de revestimento composto por painéis de madeira), estava bastante deteriorado e não resistiu às precipitações de 2016. “Chovia dentro do palácio”, lembrou.

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As obras, iniciadas há cerca de seis meses, contemplaram a troca do forro e do telhado, além da pintura e da restauração dos tacos originais do piso; da escadaria; do vitral frontal representando o arcanjo São Miguel - assinado pela vitralista pernambucana Aurora de Lima, discípula do alemão Heinrich Moser; e do monumento que homenageia os aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral (doado pelo governo português), dos canhões (do século 17, retirados do Forte do Bom Jesus do Leão) e das duas baterias antiaéreas (da época da Segunda Guerra Mundial) localizados na área externa.

A antiga cor vermelha da fachada deu lugar a um amarelo ocre, mais condizente com o ambiente, de acordo com Antunes. “Originalmente o prédio era caiado. Depois, ganhou uma cor mais próxima dessa atual”, comentou. Quando finalizada, toda a requalificação, que foi autorizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), deve custar entre R$ 850 mil e R$ 950 mil. “É um trabalho que tem que ter muito cuidado”, disse o administrador. “Estamos devolvendo aos noronhenses e aos turistas esse patrimônio.”

Aberto ao público
Afora as melhorias físicas, o palácio teve seus móveis antigos - vários datados de meados do século 20 - restaurados e reorganizados, além do acréscimo de um novo mobiliário, com mudanças no leiaute e novas ornamentações. Com as mudanças, além da demanda dos serviços administrativos, o palácio estará apto para atender à visitação. A reinauguração está marcada para o próximo dia 11. “Os noronhenses e os turistas vão poder visitar o palácio e ter o que ver. Vai ter um roteiro”, explicou Luís Eduardo Antunes. “Vamos fazer toda uma cerimônia, com toda a comunidade presente.”

O Palácio de São Miguel foi construído sobre as ruínas da extinta Directoria do Presídio - com mão de obra da própria ilha, sob a coordenação do ex-preso político comunista Mariano Lucena - e inaugurado no dia 1º de dezembro de 1947 como sede da administração do então território federal de Fernando de Noronha. Foi quando o antigo casarão colonial de um só pavimento ganhou mais um andar. Constam ainda em seu acervo duas telas de grande porte, de autoria do pintor paulista José Wasth Rodrigues (1891-1957), uma delas registrando a possível entrega pacífica da ilha pelos holandeses aos portugueses, em 1629.

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