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Papa Francisco canonizou mais santos do que todos seus antecessores

Ao liderar a Igreja Católica por 12 anos, o Pontífice argentino fez 929 canonizações até março deste ano

Madre TeresaMadre Teresa - Foto: Reprodução

O Papa Francisco canonizou mais santos ao longo dos 12 anos em que liderou a Igreja Católica do que qualquer um de seus antecessores — e instituiu um novo caminho para a santidade, reconhecendo uma categoria adicional de católicos virtuosos dignos de veneração. Entre as mais notáveis estava Maria Teresa Bojaxhiu, mais conhecida como Madre Teresa, que se tornou oficialmente santa em 2016.

O recorde estabelecido por Francisco pode ser atribuído em grande parte à primeira cerimônia desse tipo que ele realizou no início de seu papado. Em 2013, quando ele estava no cargo há cerca de dois meses, o Vaticano reconheceu a santidade de mais de 800 pessoas que foram mortas na invasão otomana de Otranto, na Itália, em 1480, entre outros santos homenageados naquele dia.

A decisão de reconhecer os mortos em um ataque à sua cidade costeira no sudeste da Itália foi tomada pela primeira vez pelo Papa Bento XVI, antecessor do Papa Francisco. Mas Francisco foi quem finalmente viu a santidade deles quando assumiu o poder e deu um grande salto em sua contagem de canonizações.

 

Após esta cerimônia de canonização no Vaticano, Francisco passou a reconhecer mais de 100 santos em ritos nacionais e internacionais durante seu papado.

Madre Teresa, a freira que faleceu em 1997, já havia recebido o Prêmio Nobel da Paz em 1979 em reconhecimento a seu trabalho de décadas cuidando dos indigentes e doentes na Índia, e era considerada uma "santa viva" por muitos. Mas quando foi oficialmente canonizada, Francisco, que compartilhava seu respeito por todas as religiões e sua preocupação com os menos afortunados, observou que ela poderia sempre ser mais conhecida como Madre Teresa.

— Acho que talvez tenhamos alguma dificuldade em chamá-la de Santa Teresa: sua santidade é tão próxima de nós, tão terna e tão fecunda, que continuamos a chamá-la espontaneamente de Madre Teresa — disse o Papa.

Nova categoria
Em 2017, o Papa Francisco adicionou uma categoria para beatificação e canonização, abrindo um caminho para a santidade que não existia antes. Em termos gerais, os santos geralmente alcançam essa honra por meio do martírio ou de milagres, o que significa que morreram pela fé ou realizaram feitos extraordinários dignos de veneração (embora existam outras modalidades reconhecidas). A nova categoria foi criada para reconhecer os cristãos que sacrificam suas vidas por outros, inspirados por suas crenças, entre outras medidas.

A categoria, conhecida como "oferta da vida", aplica-se aos cristãos que "voluntária e livremente ofereceram suas vidas pelos outros e perseveraram nessa determinação até a morte", como Francisco afirmou ao introduzir o conceito.

— A oferta heroica da vida, inspirada e sustentada pela caridade, expressa uma imitação verdadeira, completa e exemplar de Cristo — disse ele, considerando-a igualmente "merecedora" de admiração, assim como os outros comportamentos de santidade reconhecidos pelos fiéis.

"Santo millennial"
Um futuro santo que o Papa Francisco beatificou e que em breve pretendia canonizar terá agora que esperar um pouco mais. O primeiro millennial a ser canonizado será Carlo Acutis, um adolescente italiano nascido na Grã-Bretanha que morreu de leucemia em 2006, aos 15 anos. Em sua curta vida, ele conquistou a reputação de sua fé e poder para realizar milagres.

Sua cerimônia de canonização, previamente agendada para o próximo domingo (27), será adiada durante o período de luto pelo Papa Francisco, de acordo com a Catholic News Agency.

Carlo AcutisCarlo Acutis - Foto: divulgação

Quanto ao Papa, ele poderá um dia ser canonizado, embora nem todos os papas tenham se qualificado para essa distinção. O primeiro foi Pedro, um dos discípulos de Jesus, que liderou a Igreja por volta de 30 d.C. e foi declarado santo. Ele e a maioria daqueles que o seguiram no papel de Papa durante os primeiros 500 anos do Catolicismo Romano foram reconhecidos como santos, enquanto menos de 10 papas foram canonizados nos 1000 anos seguintes, de acordo com o Pew Research Center.

Em 2014, o centro de estudos fez o levantamento que apontou que apenas cerca de 30% dos papas ao longo dos anos foram declarados santos.

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