Seg, 08 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
VATICANO

Papa Francisco tem 'leve melhora' em quadro de saúde, mas estado ainda é crítico

Pontífice foi internado há dez dias para tratar uma pneumonia bilateral

Papa FranciscoPapa Francisco - Foto: Alberto Pizzoli / AFP

O último boletim da Santa Sé sobre o estado de saúde do Papa Francisco indica que o Pontífice teve uma "leve melhora" em seu quadro clínico, sem apresentar novas crises respiratórias, mas ainda permanece em estado crítico. O Pontífice foi internado há dez dias para tratar uma pneumonia bilateral e teve de iniciar uma oxigenoterapia neste fim de semana, tratamento indicado quando o paciente tem baixos níveis de oxigênio no corpo.

"A oxigenoterapia continua, embora com fluxo e percentual de oxigênio ligeiramente reduzidos", informou o Vaticano. Sobre o quadro de insuficiência renal leve, identificado neste fim de semana, a Santa Sé informou que a situação "não é preocupante".

"Os médicos, tendo em vista a complexidade do quadro clínico, ainda não estão divulgando o prognóstico com cautela. Pela manhã, ele recebeu a Eucaristia e, à tarde, retomou suas atividades profissionais", disse a Santa Sé.

"À noite, ele telefonou para o pároco da Paróquia de Gaza para expressar sua proximidade paterna. O Papa Francisco agradeceu a todo o povo de Deus que se reuniu para rezar por sua saúde nos últimos dias."

No boletim da manhã, a Santa Sé informou que o Papa passou a noite de forma tranquila, sem novas crises respiratórias. "A noite transcorreu bem, o Papa dormiu e está descansando", afirmou o comunicado do Vaticano.

No fim de semana, o Papa sofreu crises respiratórias e foi identificada uma insuficiência renal leve. Os exames de sangue também revelaram uma plaquetopenia diminuição do número de plaquetas no sangue associada a uma anemia, levando a uma transfusão de sangue.

O quadro de saúde do Papa inspira preocupação devido à sua idade avançada e à fragilidade causada por doenças preexistentes. O principal risco no momento é o desenvolvimento de sepse, uma infecção generalizada do sangue que pode surgir como complicação da pneumonia. No entanto, até agora, os médicos não indicaram sinais dessa condição.

Em mensagem escrita para a oração do Angelus dominical, Francisco disse que continua tratamento "com confiança".

"Da minha parte, continuo com confiança na minha hospitalização (...) seguindo com os tratamentos necessários; e o descanso também é parte da terapia!", afirmou o jesuíta argentino no texto escrito nos "últimos dias", segundo uma fonte do Vaticano.

Problemas de saúde
O Papa foi internado no dia 14 de fevereiro após uma sequência de problemas respiratórios, evidenciados até em eventos públicos. Os médicos o diagnosticaram com uma infecção polibacteriana, na segunda-feira passada, e com uma pneumonia nos dois pulmões, na quarta passada, o que exigia um tratamento mais intensivo devido à sua "condição clínica complexa".

Internado quatro vezes nos últimos quatro anos, Francisco já enfrentou uma pneumonia em março de 2023, que lhe rendeu uma hospitalização de urgência, e foi determinada como uma forma "aguda e grave" da doença, "localizada na parte inferior dos pulmões".

Nos dois anos seguintes, a saúde do argentino se deteriorou, com acidentes domésticos e os problemas nos joelhos e quadris fazendo com que precisasse se locomover uma cadeira de rodas, enquanto ostentava uma aparência cada vez mais cansada.

Em 2024, mesmo com problemas de saúde, ele fez uma viagem de 12 dias por quatro países da Ásia e Oceania, a maior de seu papado em duração e distância. No ano passado, o Vaticano afirmou que ele tem a intenção de viajar à Turquia este ano, e antes da internação tinha prevista uma intensa agenda relacionada ao Ano do Jubileu da Igreja Católica. Seus próximos eventos públicos foram cancelados.

Dada a situação, as especulações sobre uma possível renúncia aumentaram nos últimos dias. Em 2022, o Papa confirmou que, logo após ser eleito, escreveu uma carta de renúncia caso problemas médicos o impedissem de exercer suas funções na Igreja, e a entregou ao então secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone cargo hoje ocupado pelo cardeal Pietro Parolin.

Veja também

Newsletter