Pedido de transferência do bicheiro Rogério Andrade para penitenciária federal é recebido pelo MJ
Saída do contraventor de aeroporto no Rio terá escolta de policiais federais e de agentes penais até o destino final
A Secretaria Nacional de Políticas Penais, órgão ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, confirmou ter recebido, nesta quarta-feira, um pedido feito pelo Tribunal de Justiça do Rio, por ordem judicial, para que o bicheiro Rogério Costa de Andrade e Silva, mais conhecido como Rogério de Andrade, seja transferido para uma penitenciária federal.
Ainda não há prazo determinado para a transferência ocorrer, já que detalhes da logística necessária para este tipo de diligência acontecer, como escolta de policiais penais federais e policiais federais, e voo em aeronave da Polícia Federal, ainda estão sendo resolvidos.
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É provável que a transferência ocorra assim que os detalhes sejam solucionados, o que pode acontecer a qualquer momento, ou a partir de amanhã, ou ainda até o fim desta semana. Atualmente, o contraventor está isolado numa cela do presídio Bangu 1, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. Ele tem sido monitorado por um médico prisional após ter iniciado o uso de antidepressivos.
O bicheiro foi preso, na última terça-feira, durante a Operação Último Ato, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ). Ele é apontado, em novas investigações, como o mandante do assassinato do também contraventor Fernando de Miranda Iggnácio, ocorrida em novembro de 2020.
Iggnácio era inimigo declarado de Rogério e disputava com ele o espólio do banqueiro de bicho Castor de Andrade, que morreu após sofrer um infarto, em 1997. Fernando era genro de Castor. Já Rogério é sobrinho do mesmo contraventor.
A 1ª Vara Criminal determinou que Rogério de Andrade, considerado um dos homens mais perigosos do Rio, fosse transferido para um presídio federal de segurança máxima com Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).
Já a defesa de Rogério Andrade anunciou, nesta quarta-feira, que irá ingressar com recursos contra a prisão do bicheiro e a reabertura do processo que investiga a morte do também contraventor Fernando de Miranda Iggnácio, em novembro de 2020.
O advogado Raphael Mattos disse ao O Globo que tomará "todas as medidas legais necessárias". Ele considera que a prisão de Rogério é ilegal uma vez que o Ministério Público reabriu o processo "após quatro anos dos fatos".
Iremos ingressar com todas as medidas legais necessárias, não só para combater a ilegal prisão, após quatro anos dos fatos, assim como, contra a decisão do Ministério Público de reabrir o caso disse o advogado.
Rogério foi preso em casa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Ele teve sua prisão confirmada em uma audiência de custódia, realizada na Central de Custódias de Benfica, na Zona Norte.
Além do contraventor, outro alvo da ação foi o policial militar reformado Gilmar Eneas Lisboa, que foi preso em Casimiro de Abreu, nesta terça-feira. Segundo as investigações do Gaeco, Gilmar teria monitorado Fernando Iggnácio em 2020.
Em março de 2021, o MPRJ já havia denunciado Rogério Andrade pela morte de Iggnácio. Porém, em fevereiro de 2022, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria de votos, trancar a ação penal contra o contraventor.
A estratégia usada pelo Gaeco para reabrir o caso, foi instaurar um novo Procedimento Investigatório Criminal (PIC), a partir de novas provas conseguidas em dois anos de investigação da participação de Rogério como mandante no homicídio de Fernando Iggnácio.